Liberdade de imprensa ameaçada em África por violência contra jornalistas

     África           
  • Luanda     Sexta, 03 Maio De 2024    16h29  
Jornalistas em actividade
Jornalistas em actividade
Pedro Parente

Londres - Jornalistas e meios de comunicação social estão a ser sujeitos a crescente violência por parte de políticos e apoiantes na África subsahariana durante campanhas eleitorais, denunciou hoje a organização não-governamental (ONG) Repórteres sem Fronteiras (RSF).

Mais de 8 por cento dos países africanos estão agora assinalados a vermelho no Índice Mundial da Liberdade de Imprensa de 2024 publicado hoje pela organização não-governamental, o dobro do número registado em 2023.

A RSF salienta a Nigéria, onde cerca de 20 jornalistas foram atacados no início de 2023, apesar de o país ter subido 11 lugares para o 112.º, e Madagáscar (100.º), e dez jornalistas foram visados durante os protestos pré-eleitorais. 

Na República Democrática do Congo (123.º), a detenção do jornalista Stanis Bujakera, a aguardar julgamento devido a uma acusação forjada, é dada como um exemplo das tentativas frequentes dos políticos de intimidação da comunicação social. 

Noutros casos, salientou a ONG, os políticos tentam instrumentalizar a comunicação social criando os seus próprios meios, como no Senegal (94º), na RDC e na Nigéria, ou, no caso do Togo, usaram os reguladores para tomar "medidas arbitrárias e desproporcionadas" contra jornalistas e empregadores.

Zimbabué (116.º lugar), Gabão (56.º) e Guiné-Conacri (78.º) subiram no Índice, mas a RSF afirma que as autoridades políticas desses países reforçaram o controlo sobre as notícias e a informação no período anterior às eleições, desligando arbitrariamente a Internet, expulsando jornalistas estrangeiros ou interferindo nas emissões de rádio e televisão.

As restrições são frequentemente alargadas a meios estrangeiros, como vários países do Sahel fizeram a meios de comunicação social estrangeiros, principalmente franceses, como a France 24, a RFI e a TV5 Monde. 

O Níger (80.º lugar), Burkina Faso (86.º) e Mali (114.º) desceram no Índice em consequência das medidas adoptadas pelas juntas militares que tomaram o poder através de golpes de Estado para obstruir o trabalho dos jornalistas.

No norte de África, jornalistas que criticam a manutenção do Presidente da Tunísia (118º), no poder desde 2019, foram detidos e interrogados, à semelhança do que acontecia antes da revolução de 2010/11.

A RSF elogiou melhorias na Tanzânia (97.º lugar), que subiu 46 posições, e na Mauritânia (33.º).

Marrocos (129º) registou uma subida no indicador político, mas apenas devido à ausência de novas detenções, pois a perseguição de jornalistas, nomeadamente judicial, mantém-se naquele país.

O Índice Mundial da Liberdade de Imprensa, publicado anualmente pela Repórteres Sem Fronteiras, avalia as condições para o jornalismo em 180 países e territórios. DSC/AM

 

 

 

 





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