Djamena - O partido de Yaya Dillo Djérou, o principal opositor no Tchad, acusou os militares de terem "executado à queima-roupa" o seu líder, na quarta-feira, alegadamente para o tirar da corrida presidencial contra o general Mahamat Idriss Déby Itno.
"É uma execução, dispararam à queima-roupa para executá-lo, porque ele tornou-se num incómodo", garantiu à Agência France-Presse Robert Gamb, secretário-geral do Partido Socialista Sem Fronteiras (PSF).
O Governo refutou a acusação, afirmando que "não executámos ninguém".
O ministro das Comunicações, Abderaman Koulamallah, questionado sobre uma alegada foto dos restos mortais, respondeu que Yaya Dillo Djérou se recusou a render-se.
"Houve troca de tiros, não houve execução" nesta acção, que provocou a "morte a quatro soldados e a três outras pessoas no acampamento do senhor Dillo", acrescentou o ministro, acusando o opositor de ter disparado contra a Polícia.
Yaya Dillo Djérou era o principal opositor do general Mahamat Idriss Déby Itno, chefe da junta e seu primo, para as eleições marcadas para Maio próximo.
Desde quinta-feira que circula uma foto em grupos de redes sociais próximos da família de Dillo, mas não foi ainda garantida a sua autenticidade.
A fotografia mostra um grande plano da cabeça dos restos mortais de um homem "exactamente parecido com Dillo" e um pequeno buraco muito claro rodeado por um halo preto bem na têmpora.
Na quinta-feira, o PSF e outros líderes da oposição já falavam num "assassinato" para o excluir das eleições presidenciais de 06 de Maio.
Um porta-voz do PSF acusou especificamente a Guarda Presidencial, a unidade de elite do Exército responsável pela segurança do chefe de Estado, de ter liderado o ataque à sede do partido no centro de Djamena, a capital.
Segundo o Governo, Dillo era procurado por ter instigado uma suposta "tentativa de assassinato" do presidente do Supremo Tribunal, 10 dias antes, e liderado um ataque à sede dos serviços de inteligência, na terça-feira. DSC/AM