Kinshasa - O Ministério Público da República Democrática do Congo (RDC) pediu hoje 20 anos de prisão para o jornalista Stanis Bujakera, que está a ser julgado por um artigo que implica os serviços secretos militares na morte de um opositor.
O procurador Serge Bashonga pediu ao tribunal, reunido na prisão onde o jornalista, correspondente em Kinshasa da revista Jeune Afrique, se encontra detido, para o "condenar a 20 anos de prisão efectiva", por falsificação, utilização de falsidades e difusão de boatos.
Stanis Bujakera foi detido há apenas seis meses e está a ser julgado desde Outubro, com uma audiência a cada duas ou três semanas.
É acusado de ter "fabricado e distribuído" uma nota dos serviços secretos civis que incriminava os serviços secretos militares pela morte de Chérubin Okende, cujo corpo ensanguentado foi encontrado morto no seu carro em 13 de Julho, mas a defesa do jornalista contesta veementemente estas acusações.
Em 29 de Fevereiro, o Ministério Público anunciou que a "autópsia" e os "relatórios dos peritos" tinham estabelecido que o político da oposição tinha "cometido suicídio", muito longe da teoria de assassínio avançada pelo seu partido, que protestou de imediato com a "denegação de justiça".
Desde a detenção de Stanis Bujakera, que é também correspondente da agência noticiosa internacional Reuters e director-adjunto do meio de comunicação social 'online' democrático-congolês Actualité.cd, foram feitos numerosos apelos à sua libertação, mas todos os seus pedidos de liberdade provisória foram rejeitados.
Foi o caso do apelo feito em 02 de Fevereiro pela organização não-governamental Human Rights Watch para o arquivamento do processo contra o jornalista e em que também exigiu a sua libertação imediata. JM
