Nova manifestação estudantil na Argélia pela libertação de detidos

     África           
  • Luanda     Terça, 06 Abril De 2021    22h54  

Argel - Uma concentração de estudantes, professores e simpatizantes voltou hoje às ruas de Argel para exigir a libertação de activistas e presos por delito de opinião, após a confirmação da prisão preventiva para 24 manifestantes detidos no fim-de-semana.

O protesto, que todas as terças-feiras junta uma maioria de estudantes, decorreu hoje sem incidentes apesar dos apelos para a libertação dos activistas detidos no fim-de-semana durante uma acção de rua do movimento 'Hirak', indicou a agência noticiosa AFP.

"Libertação dos detidos", brandiram os manifestantes que exibiam cartazes com as fotos dos prisioneiros.

Na segunda-feira, 24 manifestantes foram detidos por "atentado à unidade nacional", após serem interpelados durante uma marcha do 'Hirak' que decorreu no sábado em Argel, indicou o Comité Nacional para a Libertação dos Detidos (CNLD).

Outros militantes, incluindo o "poeta do 'Hirak'" Mohamed Tadjadit, de novo detido na noite de domingo, permaneciam sob detenção em Argel, precisou o CNLD.

Mais numerosos em relação à semana passada, os estudantes também se pronunciaram pelo direito à liberdade de expressão e manifestação e comprometeram-se a "permanecer de pé face aos corruptos", enquanto ecoavam as habituais palavras de ordem anti-regime.

O movimento 'Hirak' foi desencadeado em Fevereiro de 2019 e de início mobilizado contra um quinto mandato do então Presidente Abdelaziz Bouteflika, no poder há 20 anos.

Bouteflika renunciou em finais de Abril, mas o movimento prosseguiu contra o "sistema político" em vigor, numa denúncia da apropriação pela hierarquia militar dos valores que caracterizavam a rebelião armada argelina contra o domínio colonial francês (1954-1962), que culminou na independência do país.

Apesar da pandemia da covid-19 e das medidas sanitárias restritivas terem impedido desde Março 2020 os desfiles semanais, os intensos protestos voltaram às ruas todas às terças-feiras e sextas-feiras desde Fevereiro passado.

Este inédito movimento popular na Argélia assumiu características pacíficas, plurais - desde forças laicas e de esquerda aos islamitas -- e até ao momento sem verdadeira liderança ou estrutura política.

Hoje, o 'Hirak' é acusado pelo poder de estar infiltrado por activistas islamitas, herdeiros da Frente Islâmica de Salvação (FIS, dissolvida em Março de 1992 na sequência de um golpe militar), com o objectivo de conduzir este movimento para um confronto violento.





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