Kinshasa - O apoiante do Presidente da República Democrática do Congo (RDC) Christophe Mboso N'Kodia Pwanga foi hoje eleito presidente da Assembleia Nacional, na sequência da saída de Jeanine Mabunda, apoiante do antigo presidente Joseph Kabila.
Pwanga, de 79 anos, foi eleito com 389 votos de um total de 466 deputados, noticiou a agência France Presse, salientando que foi o único a concorrer ao cargo, na sequência da demissão do primeiro-ministro e da saída do antigo presidente da Assembleia Nacional.
O primeiro-ministro da RDC, Sylvestre Ilunga Ilunkamaba, entregou na semana passada a sua demissão ao Presidente, Félix Tshisekedi, que tinha maioria no parlamento para nomear o novo chefe de Governo.
Próximo do ex-presidente Joseph Kabila, o primeiro-ministro disse "ter retirado as consequências da atual situação política", segundo explicou à agência noticiosa um porta-voz presidencial, Giscard Kusema, ao anunciar a demissão.
O mesmo porta-voz adiantou que ainda é "demasiado cedo" para saber quando o Presidente nomeará o seu próximo chefe de Governo.
"O primeiro-ministro do governo de coligação Sylvestre Ilunga Ilunkamba acaba de apresentar a sua demissão ao Presidente da República Félix Antoine Tshisekedi Tshilombo", confirmou então a Presidência na sua conta da plataforma social Twitter.
O primeiro-ministro cessante e o seu Governo tinham sido objecto de uma moção de censura que foi amplamente adotada pela Assembleia Nacional na quarta-feira passada, com 367 votos em 377.
Tshisekedi, declarado vencedor nas eleições presidenciais de 30 de Dezembro de 2018, governou a RDC em coligação com o partido de Kabila, que mantinha o controlo do parlamento segundo os resultados das legislativas.
A 06 de Dezembro do ano passado, Tshisekedi pôs um fim a esta coligação, fundamental para aquela que foi a primeira transição pacífica de poder na RDC.
Desde Outubro, o chefe de Estado suspendeu o Conselho de Ministros devido à recusa de Ilunga em ratificar a nomeação de três novos juízes para o Tribunal Constitucional.
Ilunga Ilunkamba, da Frente Comum do Congo (FCC), assim como dois terços dos 65 ministros que compõem o actual executivo, estiveram na segunda-feira com o antigo presidente em Lubumbashi.