Tunis - Pelo menos 39 migrantes morreram hoje no naufrágio de duas embarcações improvisadas ao largo da Tunísia e mais de 160 pessoas, provenientes de países africanos, foram resgatadas.
Os migrantes tinham partido durante a noite para tentar chegar à Europa, tendo sido avistados pela guarda costeira ao largo de Sfax, no leste da Turquia.
A Guarda Nacional Marítima tunisina resgatou 165 migrantes e recuperou 39 corpos, de acordo com o último relatório divulgado pelo Ministério da Defesa.
A Tunísia está integrada na rota migratória do Mediterrâneo Central, encarada como uma das mais mortais, que sai igualmente a partir da Líbia e da Argélia em direcção à Itália e a Malta.
Esta rota tem sido utilizada por milhares de migrantes, sobretudo africanos e árabes que tentam fugir de conflitos, violência e da pobreza e procuram alcançar a Europa através do mar Mediterrâneo.
Apesar dos constrangimentos associados à actual pandemia da doença covid-19 e das condições meteorológicas difíceis registadas na zona, as embarcações com migrantes a bordo continuam a zarpar todos os dias de países como a Tunísia com destino às costas europeias.
Entre 01 de Janeiro e 21 de Fevereiro deste ano, pelo menos 3.800 migrantes chegaram clandestinamente, via Mediterrâneo, às costas de Itália, indicou o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), especificando que destes migrantes cerca de 1.000 partiram da Tunísia e outros 2.500 saíram da "vizinha" Líbia.
As saídas de embarcações precárias em direcção às costas europeias têm-se multiplicado no último ano na Tunísia, país que atravessa uma grave crise política, social e económica, que se intensificou com a actual crise pandémica.
Segundo dados oficiais, cerca de 13 mil tunisinos conseguiram atravessar o Mediterrâneo e chegar às costas italianas em 2020, dos quais 1.400 eram menores de idade.
Cerca de outros seis mil foram interceptados em alto mar pelas patrulhas marítimas tunisinas e foram posteriormente presentes a um juiz.
A grande maioria tentava fazer a travessia em condições precárias, a bordo de botes de borracha.
Mas não são só os tunisinos que tentam alcançar a Europa através do mar Mediterrâneo.
Em Fevereiro, 22 migrantes de diferentes nacionalidades africanas que zarparam de Sidi Mansour (também no leste da Tunísia), não muito longe de Sfax, foram dados como desaparecidos, enquanto outros 25 foram resgatados pela Marinha tunisina a cerca de 100 quilómetros a noroeste da ilha italiana de Lampedusa.
Em Janeiro, a Marinha tunisina também interceptou ao largo das costas do país um grupo de 50 migrantes, incluindo quatro tunisinos e várias pessoas oriundas da África subsaariana, que tinha partido igualmente de Sidi Mansour.