Acra - O principal partido da oposição no Gana, o Congresso Nacional Democrático (NDC), cujo candidato ficou em segundo lugar numa eleição presidencial fortemente criticada, anunciou hoje que vai contestar os resultados anunciados na quarta-feira pela comissão eleitoral.
A reeleição de Nana Addo Dankwa Akufo-Addo, actual Presidente do Gana, para um segundo mandato foi hoje considerada regular pelos observadores locais, ainda que contestada pela oposição.
Akufo-Addo, do Partido Novo Patriota, foi o vencedor das eleições, realizadas na passada segunda-feira, com 51,3 por cento dos votos, derrotando o seu antecessor no cargo, o ex-presidente John Dramani Mahama, que recebeu 47,3 por cento dos votos escrutinados, de acordo com a comissão eleitoral, que hoje fez uma ligeira correcção dos dados anunciados ao fim do dia na quarta-feira.
Haruna Iddrisu, dirigente do NDC, anunciou hoje que o partido "rejeita" os resultados da eleições, que considera "fraudulentos", depois de uma "consulta extensa" dos mesmos.
O responsável, citado pela agência Associated Press, acusou ainda a presidente da comissão eleitoral, Jean Mensa, de agir de "má fé" ao ignorar o pedido de Mahama para que atendesse algumas das suas preocupações e ao anunciar um resultado "sem crédito".
"A conduta da presidente da comissão eleitoral e outra informação disponível tornam impossível que aceitemos os resultados das eleições" gerais, afirmou Iddrisu.
Em contramão a estas afirmações, um dos responsáveis da coligação dos observadores ganenses às eleições (Codeo), Sheikh Arimiyawo Shaibu, anunciou que o organismo considera que "os resultados apresentados pela comissão eleitoral reflectem a forma como os eleitores votaram na eleição presidencial de 7 de Dezembro".
A Codeo, que esteve presente em quatro mil dos 38 mil assembleias de voto no país, aconselhou os candidatos a "confiarem" nos resultados e a "resolverem pacificamente" eventuais desentendimentos pela "via legal", acrescentou Shaibu.
Os resultados das eleições presidenciais foram anunciados 48 horas após o fim da votação, que decorreu na passada segunda-feira, quando mais de 17 milhões de eleitores foram chamados às urnas para escolher um entre os 12 candidatos à magistratura suprema do Estado.
A participação eleitoral foi de 79%, de acordo com a comissão eleitoral. O escrutínio permitiu ainda eleger os 275 deputados ao parlamento nacional, sendo que estes resultados não foram ainda divulgados.
As eleições decorreram, na generalidade, em ambiente calmo, não obstante cinco pessoas tenham sido mortas desde segunda-feira, na sequência de violências ocorridas no decurso do ato eleitoral, de acordo com a polícia.
O entendimento cordial entre os dois principais candidatos, que assinaram um "pacto de paz" na véspera das eleições, comprometendo-os a não apoiar qualquer violência durante a votação e na sequência do respectivo anúncio dos resultados, começou por ser ameaçado no dia seguindo ao plebiscito.