Kampala - Pelo menos 40 pessoas, 38 deles estudantes, morreram na noite de sexta-feira, após um ataque numa escola secundária Lhubiriha, na cidade fronteiriça de Mpondwe, no oeste de Uganda, alegadamente perpetrado por rebeldes ligados ao grupo Estado Islâmico.
O presidente da câmara de Mpondwe, Selevest Mapoze, citado pela Associated Press (AP), afirmou que foram recuperados os corpos de 38 estudantes, um guarda e duas pessoas baleadas à entrada da escola.
Inicialmente, o porta-voz da polícia do país da África Oriental, Fred Enanga, tinha dado conta que pelo menos 25 pessoas morreram. Alguns corpos ficaram gravemente queimados e serão necessários testes de ADN para identificar as vítimas.
Segundo a polícia, "um dormitório foi queimado e uma loja de alimentos foi saqueada" durante o ataque, que provocou ainda oito feridos graves.
De momento, avança a BBC, as vítimas estão em estado considerado crítico.
Muitos dos corpos foram encaminhados para o Hospital Bwera.
Outros jovens, principalmente meninas, foram sequestradas pelo grupo, motivo que levou a polícia e o exército a lançarem uma "perseguição intensa" aos atacantes no parque nacional congolês de Virunga "para resgatar os raptados".
As Forças Democráticas Aliadas (ADF), um grupo rebelde com ligações pouco claras ao Estado Islâmico (EI) que há anos actuam a partir das suas bases no Congo Oriental, foram responsabilizadas pelo que foi considerado pelas autoridades locais como um "ataque terrorista".
As ADF são um grupo rebelde de origem ugandesa, mas estão actualmente baseadas nas províncias congolesas de Kivu do Norte e da vizinha Ituri, perto da fronteira que a RDC partilha com o Uganda.
Os objectivos das ADF não são claros e o EI por vezes reivindica a responsabilidade pelos seus ataques.
Embora peritos da ONU não tenham encontrado provas de apoio directo do EI às ADF, os Estados Unidos classificaram o grupo ugandês como uma "organização terrorista" afiliada ao grupo jihadista, em Março de 2021.
De acordo com o Barómetro de Segurança de Kivu (KST), as ADF são responsáveis por mais de 3.800 mortes em 730 ataques na RDC desde 2017.
As autoridades ugandesas acusaram o grupo de organizar ataques no seu território, incluindo dois atentados suicidas em Kampala, em Novembro de 2021, e assassinatos de altos funcionários.