PR de Moçambique defende urgência em combater "pobreza energética"

     África           
  • Luanda     Domingo, 03 Março De 2024    09h47  
Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi
Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi
Pedro Parente-ANGOP

Argel - O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, defendeu este sábado, na Cimeira dos Países Exportadores de Gás, a "urgência" em combater a "pobreza energética" em África, e acções concertadas ao nível da segurança.

"O momento actual é desafiante, pois o mundo atravessa incertezas decorrentes de interrupção de fornecimentos de energia provocadas pela guerra na Europa e no Médio Oriente que coloca mais pressão aos países", afirmou o chefe de Estado.

Acrescentou que na sua intervenção na cimeira, na Argélia, onde está em visita de trabalho desde quarta-feira, destacou "dois temas que se colocam no cerne do sector energético, particularmente em África: transição energética e segurança global".

"O nosso entendimento é que a transição deverá considerar a urgência no combate à pobreza energética em África, pois o continente precisa aumentar o acesso à energia para sua população, ao mesmo tempo que se exige uma acção concertada de todos nós em defesa de interesses comuns em prol da segurança e estabilidade", disse Filipe Nyusi.

O sétimo Fórum dos Países Exportadores de Gás (GECF) reuniu sábado em Argel, ainda, os presidentes do Irão e Bolívia e o emir do Qatar, entre outros chefes de Estado e governo, que apresentarão uma estratégia internacional conjunta para o gás.

Reunido desde quinta-feira na capital argelina no âmbito do seu encontro bianual, o GECF (do inglês "Gas Exporting Countries Fórum") representa 70% das reservas mundiais comprovadas de gás, mais de 40% da produção comercializada, 47% das exportações por gasoduto e metade das exportações mundiais de gás natural liquefeito (GNL).

Criado em 2001, o GFEP é composto por 12 membros permanentes (Argélia, Rússia, Venezuela, Bolívia, Trindade e Tobago, Egipto, Guiné Equatorial, Líbia, Nigéria, Irão, Emirados Árabes Unidos e Qatar) e sete observadores (Peru, Iraque, Azerbaijão, Malásia, Mauritânia, Angola e Moçambique).

A consultora Deloitte concluiu recentemente que as reservas de gás natural de Moçambique representam receitas potenciais de 100 mil milhões de dólares, destacando a importância internacional do país na transição energética.

"As vastas reservas de gás do país poderão fazer de Moçambique um dos 10 maiores produtores mundiais, responsável por 20% da produção de África até 2040", refere o relatório de 2024 da consultora internacional sobre as perspectivas energéticas de África, dedicado a Moçambique, noticiado anteriormente pela Lusa.

O país poderá "contribuir significativamente para as necessidades energéticas mundiais, tanto durante o período de transição energética como estabelecendo capacidades fortes em toda a cadeia de valor das energias renováveis", lê-se no relatório, que aponta que o gás natural "traga cerca de 100 mil milhões de dólares de receitas para Moçambique ao longo do seu ciclo de vida".

Moçambique tem três projectos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.

Dois desses projectos têm maior dimensão e prevêem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica para o exportar por via marítima em estado líquido.

Um é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após um ataque armado a Palma, em Março de 2021, altura em que a energética francesa declarou que só retomaria os trabalhos quando a zona fosse segura.

O outro é o investimento, ainda sem anúncio à vista, liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4).

Um terceiro projecto concluído e de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante de captação e processamento de gás para exportação, directamente no mar, que arrancou em Novembro de 2022. JM





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