Tripoli - A população da capital líbia, Tripoli, começou hoje a receber as primeiras vacinas contra a covid-19, com as autoridades do país, fragilizado por conflitos durante a última década, a darem prioridade aos idosos e aos profissionais de saúde.
Sentados no exterior de um centro de vacinação e em cumprimento das regras de distanciamento físico, dezenas de idosos aguardavam hoje de manhã em Tripoli a sua vez para serem vacinados, segundo testemunhou no local um jornalista da agência France-Presse (AFP).
A vacina da farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca (agora designada Vaxzevria) e a vacina russa Sputnik-V são as únicas disponíveis neste momento no território líbio.
De acordo com o Centro Nacional Líbio de Controlo de Doenças, a vacina da AstraZeneca está reservada para pessoas com mais de 70 anos de idade, enquanto o fármaco russo será administrado aos profissionais de saúde e ao grupo etário entre os 50 e os 60 anos de idade.
A Líbia regista actualmente cerca de mil novas infecções diárias pelo novo coronavírus (SARS-Cov-2), um crescimento em relação aos últimos meses, contabilizando desde o início da crise pandémica um total de 171.131 casos e 2.882 óbitos.
A Líbia, onde as infraestruturas sanitárias estão fragilizadas devido a uma guerra civil que dura há quase uma década, lançou oficialmente a sua campanha de vacinação contra a doença covid-19 no passado dia 10 de abril, com a inoculação do primeiro-ministro líbio, Abdul Hamid Dbeibah.
Antes, no início de Março, as autoridades líbias lançaram uma plataforma na Internet para a população se registar na campanha de vacinação.
Apesar do registo só estar disponível para os cidadãos líbios, as autoridades já garantiram que todos os interessados serão vacinados, incluindo os estrangeiros em situação irregular.
A Líbia, país localizado a cerca de 300 quilómetros das costas italianas, faz parte da chamada rota migratória do Mediterrâneo Central, encarada como uma das mais mortais, que sai igualmente a partir da Argélia e da Tunísia em direcção à Itália e a Malta.
A pandemia da doença covid-19 provocou pelo menos 3.000.955 mortos no mundo, resultantes de mais de 139,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus (SARS-Cov-2) detectado em Dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.