Processo de massacre em Conacri suspenso após boicote dos advogados

     África           
  • Luanda     Segunda, 29 Maio De 2023    18h09  
Símbolo da Justiça
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FOTO: DIVULGAÇÃO

Conacri - O julgamento do massacre de 28 de setembro de 2009 na Guiné-Conacri foi suspenso hoje, devido ao boicote dos advogados que exigiram o pagamento de oito meses em falta, anunciou fonte ligada ao processo.

A fonte, um correspondente da agência noticiosa AFP, que deveria testemunhar na audiência de hoje, acrescentou que face ao boicote, o tribunal adiou o julgamento para a próxima semana.

Um grupo de advogados, entre os quais os do antigo ditador Moussa Dadis Camara e uma dezena de antigos militares e funcionários do governo, tinha dado às autoridades um prazo até hoje para satisfazerem as suas exigências: assistência financeira para a defesa dos seus clientes, criação de um fundo para pagar os honorários dos advogados e melhoria das condições de trabalho no tribunal.

Os arguidos, detidos desde o início do processo, em 28 de Setembro de 2022, "não têm rendimentos e não podem cumprir as suas obrigações para com os seus advogados", afirmaram os advogados no dia 17 de Maio, num ultimato endereçado ao Ministério da Justiça.

Os advogados alegam que os seus gabinetes de trabalho estão "num estado de decadência suscetível de levar ao seu encerramento", afirmaram.

Numa nova carta enviada hoje ao juiz que preside ao julgamento, os signatários da petição ao ministério constataram que as suas exigências não tinham sido satisfeitas e anunciaram "a suspensão da participação no julgamento".

Moussa Dadis Camara e os restantes arguidos são acusados de dezenas de assassínios e de uma série de crimes de violência sexual, tortura, rapto e sequestro, cometidos num estádio nos arredores de Conacri, em 28 de setembro de 2009 e nos dias que se seguiram.

Os "boinas vermelhas" da Guarda Presidencial, polícias, polícias militares e milícias reprimiram com brutalidade uma concentração de dezenas de milhares de apoiantes da oposição, que deixou pelo menos 156 pessoas mortas e centenas de feridos, e pelo menos 109 mulheres foram violadas, de acordo com o relatório de uma comissão internacional de inquérito mandatada pela ONU, mas suspeita-se que os números reais são provavelmente mais elevados.

A violência prolongou-se por vários dias.

Alseny Sall, porta-voz da Organização Guineense de Defesa dos Direitos do Homem e do Cidadão, descreveu a suspensão do julgamento como "muito preocupante".

"Seria uma grande pena que este julgamento, que tantas esperanças suscitou para além das vítimas e da Guiné-Conacri, fosse agora interrompido por razões de financiamento", afirmou.DSC

 





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