São Tomé - Os três sindicatos dos professores de todos os níveis de ensino de São Tomé e Príncipe convocaram para esta terça-feira uma paralisação "por tempo indeterminado" por falta de entendimento com o Governo sobre o reajuste salarial.
"Os delegados sindicais, em representação da classe docente, acharam por bem suspender as suas funções laborais, em função do pré-aviso da greve que tinha sido remetido ao Governo, até que sejam clarificados os resultados dos encontros tidos", disse hoje o líder do Sindicato dos Professores de São Tomé e Príncipe (Sinprestp), Gastão Ferreira, no final de uma reunião dos delegados sindicais.
Uma das principais reivindicações dos professores é o aumento em mais de 80 por cento do salário base praticado pelo Ministério da Educação.
A passagem ao quadro de alguns professores, a promoção de outros que estão há vários anos dentro do sistema educativo e a melhoria das condições materiais também estão incluídos também no pacote de exigências.
O pais tem mais de três mil docentes e Gastão Ferreira garante que a paralisação vai ser a todos os níveis, incluindo a pré-escolar.
"Todos os níveis de ensino estarão paralisados a partir de amanhã [esta terça-feira]", garantiu o líder do sindicato, manifestando no entanto "total abertura" da organização para continuar a negociar com o governo.
"Gostaríamos de deixar total abertura para a continuidade da nossa negociação para a suspensão da greve, mas até lá, vamos manter firme essa luta que estamos a travar", explicou a jornalistas.
O Governo, em comunicado hoje divulgado, acusou os sindicatos de partirem para a greve enquanto decorrem as negociações.
O executivo considera a realização desta greve "ilegal" e acusa também os representantes sindicais de "má-fé" e comportamento "pouco ordeiro", pretendendo "a todo o custo prejudicar os alunos, colegas e a população deste país".
"As negociações estão em curso, tendo sido submetido aos sindicatos um memorando de entendimento entre o Ministério da Educação e Ensino Superior, o Ministério do Planeamento, Finanças e Economia Azul e o Sinprestep, relativo a uma versão atualizada da grelha a contemplar a garantia do aumento de salário de base, subsídio de docência e conservação de todos os subsídios que a classe vinha recebendo", diz o comunicado.
"Enquanto o Governo esperava pela continuidade das negociações, o Sinprestep extremou a sua posição, decretando o início da greve para terça-feira, sem que houvesse pelo menos um tempo mínimo de uma semana para acertos finais", acrescenta o Ministério da Educação.
O Governo "condena veementemente a atitude retrógada" dos líderes do sindicato dos professores e apela aos pais e encarregados de educação para que enviem os seus filhos para as escolas.