RCA/Eleições: ONU desloca militares para impedir perturbações

     África           
  • Luanda     Sábado, 19 Dezembro De 2020    09h55  
Mapa- RCA
Mapa- RCA
Divulgação

Bangui - A missão da Organização das Nações Unidas na República Centro-Africana (RCA) deslocou 'capacetes azuis' para o oeste do país com o objectivo de impedir grupos armados de "perturbarem as eleições" presidenciais e legislativas marcadas para 27 de Dezembro.

A informação foi avançada pela missão da ONU (MINUSCA, na sigla em Inglês), em comunicado, citado pelo Portal Notícias ao Minuto.

Pelo menos, três dos mais importantes grupos armados que ocupam dois terços da RCA ameaçaram atacar o governo do presidente Faustin Archange Touadéra, se este último organizar fraudes, como já o acusam, para conseguir um segundo mandato.

A MINUSCA "deslocou na sexta-feira forças para Bossemptélé e Bossembélé, duas localidades da prefeitura de Ombella-M'Poko que foram atacadas por elementos armados do 3R, do MPC e dos anti-Balaka", especificou, no comunicado, o porta-voz da MINUSCA, Vladimir Monteiro.

Segundo fontes humanitárias e da ONU, os grupos armados apoderaram-se de várias localidades situadas nos eixos que servem a capital, Bangui, a qual está ameaçada de um bloqueio à distância.

"O reforço dos meios da MINUSCA, incluindo aéreos, é uma resposta às violências cometidas por estes grupos armados e que também afectaram (as localidades de) Yaloké e Bozoum", no oeste, causando dois mortos entre as forças do governo.

As tensões estão muito vivas na RCA, onde o governo acusou na quarta-feira o antigo presidente François Bozizé, excluído do escrutínio pelo Tribunal Constitucional, de preparar um "plano de desestabilização do país", ao caso que a oposição receia fraudes massiva nas eleições.

A RCA tem sido abalada por uma guerra civil, depois de uma coligação de grupos armados de dominante muçulmana, a Séléka, ter derrubado o regime do general François Bozizé em 2013.

Os confrontos entre a Séléka e milícias de dominante cristã e animistas, designadas 'antibalaka' provocaram então milhares de mortos.

Desde 2018, a Guerra evoluiu para um conflito de baixa intensidade, onde os grupos armados disputam o controlo dos recursos do país, particularmente gado e minerais, enquanto abusam com regularidade das populações civis.

O Movimento Patriótico da República Centro-Africana (MPC, na sigla em Francês), o 3R (Regresso, Reclamação, Reabilitação) e dois grupos anti-Balaka publicaram na quinta-feira um comunicado em que se comprometeram a "restabelecer a segurança no conjunto do território nacional por todos os meios", incluindo os "meios de coerção, na hipótese de o poder executivo se obstinar em manipular a organização do escrutínio para fazer um roubo eleitoral".

Na quarta-feira, a MINUSCA, encarregue de garantir a segurança das eleições, com os 11.500 'capacetes azuis', apelou a François Bozizé para que "trabalhe sinceramente para um regresso verdadeiro da paz (...), mais do que criar alianças com os líderes dos grupos armados para desestabilizar o país".

Integrada na Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA), Portugal tem neste país a 7.ª força nacional destacada, constituída por 180 militares.

Em Setembro, o Estado-Maior-General das Forças Armadas revelou que pelo menos 88 dos 180 militares portugueses tinham sido infectados com o novo coronavírus, mas esta epidemia acabou por não ter qualquer consequência grave em termos de saúde.

O primeiro-ministro, António Costa, tinha prevista uma deslocação aos destacamentos militares portugueses na RCA, no sábado, que anulou por ter ficado desde quinta-feira em isolamento profilático preventivo da covid-19.



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