RCA: Presença da Wagner pode levar a UE a acabar com formação militar

     África           
  • Luanda     Quarta, 01 Dezembro De 2021    10h11  
Bandeira da República Centro Africana
Bandeira da República Centro Africana
Divulgação

Bangui - A presença do grupo de segurança privada Wagner na República Centro Africana (RCA) e o seu controlo sobre este país pode conduzir a União Europeia (UE) a acabar com a sua missão de formação das forças armadas centro-africanas.

A possibilidade foi avançada na terça-feira pelos serviços do chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell.

"Um exame da estratégia está a decorrer. Estão a ponderar-se todos os factores que influenciam o nosso compromisso no domínio da paz. Isso inclui a presença de actores e entidades no domínio da segurança", avançou Nabila Massrali, porta-voz de Borrell.

"Este exame permite informar os Estados-membros e a UE dos progressos conseguidos e recomendar pistas a seguir, incluindo a revisão do mandato ou o fim da missão", acrescentou.

"Estamos preocupados com a presença do grupo Wagner em 23 países africanos e os laços muitos estreitos com a Rússia", disse também.

Massrali recordou ainda que "recentes relatórios, nacionais e internacionais, denunciaram violações de direitos humanos cometidas por instrutores russos e empregados de sociedades a operarem na República Centro-Africana".

Um relatório entregue aos Estados membros informa sobre a tomada de controlo pelo grupo Wagner de um batalhão do exército centro-africano formado pela UE, indicou à AFP uma fonte europeia, confirmando uma informação do sítio de informação em linha EUobserver.

Esta situação pode influenciar a decisão que os Estados membros vão tomar sobre o futuro da EUTM-RCA, especificou esta mesma fonte.

A EUTM-RCA foi lançada em 2016 e o seu mandato foi prolongado até 19 de Setembro de 2022.

A UE tem duas missões de formação, no Mali e na RCA, onde estão ameaçadas pelas actividades dos membros do grupo Wagner nestes dois países.

A UE está a preparar sanções contra a Wagner. Um consenso político foi encontrado durante a mais recente reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros, em 15 de Novembro.

"Propostas específicas para designar indivíduos e entidades vão ser avaliadas", tinha anunciado Borrell, à saída da reunião.

A adopção de sanções poderia ser finalizada para a próxima reunião dos ministros, prevista para 13 de Dezembro.

"As sanções visarão membros da sociedade Wagner e as sociedades que trabalham directamente com ela", tinha dito então o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves le Drian.

O grupo Wagner, com o qual as autoridades russas desmentem qualquer relação, fornece serviços de manutenção de equipamento militar e formação, mas também é acusado, designadamente pela França, de agir por conta da Federação Russa, onde esta não quer aparecer de maneira oficial.

A sua direcção seria exercida pelo empresário russo Evguéni Prigojine, dado como próximo de Putin.

A Wagner não tem qualquer existência legal na Federação Russa, onde as sociedades militares privadas são proibidas por lei.

A presença dos homens do grupo Wagner tem sido assinalada em vários países de África, como a RCA e Moçambique, mas também na Líbia, e na Síria.

Estes paramilitares têm sido acusados de abusos vários, por testemunhas, organizações não governamentais e responsáveis da ONU.

A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por grupos armados juntos na intitulada Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.

Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonar as suas casas.





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