Kinshasa – A presidente da Asembleia nacional da Republica Democratica do Congo (RDC), Jeannine Mabunda Yoka, acusada pelos deputados de má gestão da instituição.
Segundo o jornal electrónico “7sur7.cd” Mabunda foi afastada por 281 votos dos 483 deputados presentes, uma abstenção e um voto nulo.
Considerado o cérebro de Joseph Kabila, na Assembleia nacional, Jeanine Mabunda Yoka e seis membros do seu bureau foram visados por uma petição assinada por 250 deputados, dos 500 que conta a Câmara baixa da RDC.
A crise entre o CACH, plataforma que apoia o Presidente Tshisekedi, e a Frente Comum para o Congo (FCC) agudizou-se, depois de domingo, 06 de Dezembro, o chefe do Estado congolês ter anunciado o desejo de criar uma nova maioria parlamentar.
"Decidi nomear um informador que será responsável pela identificação de uma nova coligação com uma maioria absoluta de membros na Assembleia Nacional", disse no seu discurso à Nação.
Na ocasião, Tshisekedi ameaçou ainda dissolver o Parlamento se a procura de uma nova maioria falhar. "Caso contrário, usarei as prerrogativas constitucionais que me foram concedidas, para voltar a vós, povo soberano, e pedir-vos uma maioria", indicou.
Durante a intervenção, Félix Tshisekedi deu conta dos resultados das "consultas políticas" que realizou ao longo de Novembro com as forças políticas e representantes da sociedade.
Estas consultas "salientaram, por esmagadora maioria, a rejeição da coligação entre a Frente Comum do Congo (FCC), pró-Kabila, e o partido Rumo à Mudança (Cach, na sigla em francês, pró-Tshisekedi)", disse. "Notei que o acordo da coligação Cach-FCC, considerado como a principal razão para o actual impasse, deve ser rescindido", acrescentou.
O discurso provocou reacções de satisfação entre as centenas de apoiantes reunidos em Kinshasa em frente à sede do partido presidencial.
Segundo o artigo 70 da Constituição congolesa, na ausência de uma maioria, o Presidente "confia uma missão de averiguação a uma personalidade, a fim de identificar uma coligação".
"A missão de averiguação é de 30 dias, renovável uma vez", acrescenta a Constituição. A FCC reúne 305 dos 500 deputados da Assembleia Nacional congolesa.
Um acordo secreto da coligação permitiu, em Janeiro de 2019, a primeira transição pacífica de poder na história da RD Congo, com Kabila a ceder o lugar a Tshisekedi, declarado vencedor das eleições presidenciais de 30 de Dezembro de 2018.
Envolvido em tensões com a FCC, o Presidente congolês organizou consultas políticas para criar uma "união sagrada" da nação.
As consultas visaram uma requalificação desta maioria", através de uma "recomposição de alianças" que permita dar ao Presidente "espaço de manobra suficiente", disse o gabinete de comunicação da presidência na semana passada o que, foi feito.
A FCC acusa os Pró Tshisekedi de ter corrompido muitos dos seus deputados, com um prémio de sete mil dólares, cada.
Recorde-se que na antiga composição na Assembleia nacional, a FCC tinha 350 deputados dos 500 assentos, contra os 48 do CASH e 80 do LAMUKA.