Kivu - Uma escola que servirá como centro de exames do Estado para estudantes deslocados foi preparada em Nyiragongo, Goma, uma das principais cidades do Norte de Kivu, a conturbada região oriental da República Democrática do Congo (RDC), informa o site Africanews.
Muitos dos estudantes de Rutshuru e Kibumba fugiram das suas cidades após o recrudescimento dos combates nas últimas semanas entre os rebeldes do M23 e as forças militares do Congo, mas alguns destes jovens, traumatizados pelo conflito, preparam-se agora para fazer um exame crucial longe de casa.
Tushimwe Florent, de 20 anos, está a preparar-se para o exame no centro de exames recentemente designado, mas as atrocidades vividas em Kibumba, agora sob controlo do M23, ainda o assombram.
“Sou obrigado a fazer o exame aqui porque a situação em Kibumba é desastrosa. Aqui podemos concentrar-nos nos nossos estudos sem medo da guerra. O governo cobriu as taxas de registo”, explica Tushimwe Florent.
Milhares de estudantes são esperados em Nyiragongo para este exame estadual.
Infelizmente, várias centenas de finalistas que ainda se encontram em áreas sob ocupação M23 não têm acesso a estes testes.
As autoridades locais dizem que a situação é alarmante e o seu futuro académico é incerto, especialmente porque alguns destes estudantes se juntaram ao exército ou a movimentos patrióticos para defender as suas cidades.
O Leste do Congo tem sido assolado por conflitos há anos, com o M23 entre mais de 100 grupos armados que disputam uma posição segura na área rica em minerais perto da fronteira com o Rwanda.
As 240 mil crianças que fugiram com ou sem os pais para campos de deslocados em redor da capital do Kivu do Norte, Goma, não frequentam a escola, segundo a UNICEF.
Colectivamente, cerca de um terço da população do Kivu do Norte foi deslocada desde 2022. ADR