Rebeldes negam UA e afirmam que Eritreia não retirou as tropas do Tigray

     África           
  • Luanda     Quinta, 19 Janeiro De 2023    16h12  

Adis Abeba - A Frente de Libertação do Povo de Tigray (TPLF) negou hoje que a Eritreia tenha retirado as suas tropas de Tigray, norte da Etiópia, como declarou a União Africana (UA), denunciando a sua presença na cidade de Shire, noticiou o site Notícias ao Minuto.

"O facto é que as forças eritreias ainda estão em Tigray, não nas fronteiras", afirmou Kindeya Gebrehiwot, um alto funcionário do partido, em resposta às declarações do mediador da UA para o conflito, o ex-presidente nigeriano, Olusegun Obasanjo.


Gebrehiwot publicou na rede social Twitter "uma fotografia recente que mostra as forças eritreias no Shire", e sublinhou que o "Tigray entregou armas pesadas e as forças eritreias assim como todas as que não pertençam ao exército etíope deveriam ter deixado Tigray, tal como acordado".


O porta-voz da TPLF, Getachew Reda, também denunciou a presença das forças da Eritreia naquele estado etíope no norte do país e sugeriu à UA que primeiro fosse "fazer o seu trabalho" no terreno, "antes de proferir tais declarações".


Obasanjo afirmou na semana passada numa entrevista com o Financial Times que "todas as forças eritreias" destacadas no Tigray para apoiar a ofensiva militar das forças federais etíopes contra as forças estaduais da TPLF se tinham retirado da região.


O Governo e as autoridades rebeldes assinaram um acordo de paz em 02 de Novembro em Pretória, na África do Sul, com o objetivo de por fim a uma guerra que assolou o norte da Etiópia durante dois anos, causou centenas de milhares de mortes, provocou a deslocação de cerca de dois milhões de pessoas, segundo as Nações Unidas, e mergulhou a região numa profunda crise humanitária.


O acordo prevê, em particular, o desarmamento das forças insurgentes, a restauração da autoridade federal no Tigray e a reabertura do acesso das agências humanitárias à região.


Os combates pararam, alimentos e ajuda médica estão a chegar gradualmente desde então, e as forças leais ao partido no poder na região anunciaram que "desmobilizaram" 65% dos seus combatentes das linhas de frente.


A capital do Tigray, Mekelle, voltou a estar ligada à rede eléctrica nacional e o principal banco anunciou a retoma das operações financeiras em algumas cidades do estado.


Desde a assinatura do acordo, representantes das autoridades tigrinas e do Governo reuniram-se por diversas vezes, e acordaram nomeadamente um mecanismo de monitorização do cessar-fogo, que também recolherá denúncias em caso de violações contra civis.


A guerra resultou em danos generalizados nas infraestruturas dos territórios por onde se estendeu, sobretudo nos estados do norte do país.
O Governo etíope estima que o país precisará de quase 20 mil milhões de dólares para reconstruir o que foi destruído.


A guerra começou em 04 de Novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, ordenou uma ofensiva contra a TPLF, no poder no estado do norte do país, em resposta a um alegado ataque a uma base militar federal, e no culminar de uma escalada das tensões políticas, iniciadas desde logo a tomada de posse de Abiy Ahmed, em Abril de 2018.

 





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