Londres - O Reino Unido anunciou hoje sanções a quatro figuras importantes do regime no Zimbabwe por violação de direitos humanos, nomeadamente a repressão de protestos, incluindo o ministro de Segurança e directores de forças de segurança.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico anunciou hoje que os quatro homens passam a estar proibidos de entrar no Reino Unido e os seus bens, nomeadamente dinheiro em bancos britânicos, serão congelados, devido ao envolvimento na repressão de protestos em 2019 que resultaram em 23 mortos.
Estes são o ministro da Segurança do Estado, Owen Ncube, o director-geral da Organização Central de Inteligência, Isaac Moyo, o comissário-geral da Polícia da República do Zimbabwe, Godwin Matanga, e o ex-brigadeiro-general, comandante da Guarda Presidencial e comandante táctico da Força Nacional de Reacção, Anselem Sanyatwe.
O Governo britânico refere, num comunicado, que os quatro são os principais responsáveis pela repressão de protestos em Janeiro de 2019 que resultou na morte de 17 zimbabweanos, e confrontos após as eleições nacionais em Agosto de 2018, nos quais seis manifestantes perderam a vida.
Os eventos foram as "piores violações dos direitos humanos" no Zimbabwe desde que o Presidente, Emmerson Mnangagwa, assumiu o poder em Novembro de 2017, após um golpe de Estado que derrubou Robert Mugabe.
Manteve-se em funções após a vitória em 2018 das eleições presidenciais, cujos resultados foram questionados pela oposição, motivando manifestações nas ruas.
O ministro britânico Dominic Raab disse que estas sanções pretendem colocar pressão no Governo para fazer reformas políticas e económicas no país.
"Estas sanções enviam uma mensagem clara de que responsabilizaremos os responsáveis pelas mais flagrantes violações dos direitos humanos, incluindo a morte de zimbabweanos inocentes. Estas sanções visam indivíduos superiores no Governo e não zimbabweanos comuns", afirmou.
As sanções hoje anunciadas são as primeiras aplicadas à antiga colónia africana desde a saída do Reino Unido da União Europeia, já que antes estava associado ao sistema de sanções da UE.