Renamo exige "diálogo" do Governo com os insurgentes

     África           
  • Luanda     Quarta, 28 Fevereiro De 2024    16h26  
Arte das Bandeiras de Moçambique (esq) e da Africa do Sul
Arte das Bandeiras de Moçambique (esq) e da Africa do Sul
Arte Rosa Miguel/Angop

Maputo - A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, exigiu hoje ao Governo que entre em diálogo com os grupos responsáveis por ataques armados em Cabo Delgado, e apontou "incapacidade" às forças de defesa para travarem a violência.

De acordo com a secretária-geral da Renamo, Clementina Bomba, numa conferência de imprensa em Maputo, afirmou que perante o cenário de desespero e insegurança que o país vive, está-se a exigir  do Governo medidas concretas conducentes à paz, bem como  requer robustez, apetrechamento logístico das Forças de Defesa, Segurança e sobretudo a exploração de canais do diálogo.

Segundo declarações oficiais, a governante realçou, para sustentar a exigência do principal partido da oposição para as autoridades entrarem em contacto com os rebeldes.

Aquela dirigente considerou que as forças governamentais e estrangeiras que estão a combater a insurgência na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, estão a mostrar-se incapazes de conter o "alastramento da violência".

"Exigimos que essas medidas sejam urgentes para poupar as vidas de crianças, mulheres, idosos e homens que são sacrificadas injustamente sem dó nem piedade", declarou.

As acções terroristas estão a alastrar-se para as províncias vizinhas de Niassa, Nampula e Zambézia, que já se ressentem de muitos cidadãos deslocados, incluindo idosos, mulheres e crianças, prosseguiu, a secretaria e afirmou que as pessoas obrigadas a fugir estão sem qualquer assistência humanitária, incluindo alimentação, água e acomodação condigna.

A secretária-geral da Renamo acusou o Governo de ter feito alianças unilaterais pouco claras com forças estrangeiras para combater o terrorismo em Cabo Delgado, excluindo instituições relevantes, como a Assembleia da República.

"Preocupa-nos que estejam a ser propaladas vitórias no teatro das operações, quando as investidas do inimigo estão a sacrificar vidas de cidadãos indefesos e jovens militares que são atirados para a linha de fogo sem saber porque estão a lutar", realçou.

A dirigente política apelou às igrejas para ajudarem na resolução do conflito e na mobilização da sociedade moçambicana para a assistência humanitária às vítimas.

O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria de 27 ataques em vilas "cristãs" no distrito de Chiùre, Cabo Delgado, em que afirma terem morrido 70 pessoas nos últimos dias.

Através dos canais de propaganda do grupo, que documenta estes ataques com fotografias, é referida ainda a destruição de 500 igrejas, casas e edifícios públicos.

As autoridades moçambicanas não comentam a situação operacional, mas a Lusa ouviu nos últimos dias, na vila de Chiùre, relatos de deslocados que chegam à localidade sobre ataques, destruição de hospitais, escolas e casas, além de mortos, provocados em diferentes aldeias do distrito pelos insurgentes.

O governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, afirmou na segunda-feira à Lusa que os actos "macabros" que assolam há duas semanas o sul daquela província moçambicana são protagonizados por "grupinhos" de "extremistas violentos".

A província de Cabo Delgado enfrenta há mais de seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico, que levou a uma resposta militar desde Julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projectos de gás. AM

 





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