Secretário-geral da ONU pede fim das hostilidades a "todos os atores" na RCA

     África           
  • Luanda     Sábado, 19 Dezembro De 2020    06h20  
Secretário-geral da ONU, Antonio Guterres (Foto arquivo)
Secretário-geral da ONU, Antonio Guterres (Foto arquivo)
Pedro Parente-ANGOP

Nova Iorque - O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu, na sexta-feira, o fim das hostilidades na República Centro-Africana (RCA), onde 'capacetes azuis' foram destacados para impedir os grupos armados de perturbarem as eleições presidenciais e legislativas.

António Guterres "condenou a escalada da violência e a apelou a todos os atores para cessarem todas as hostilidades urgentemente, e a trabalharem em conjunto para garantir condições favoráveis à realização de eleições credíveis, inclusivas e pacíficas em 27 de Dezembro", indicou o porta-voz Stéphane Dujarric, em comunicado.

Pelo menos três dos mais importantes grupos armados que ocupam dois terços da RCA ameaçaram atacar o Governo do Presidente Faustin Archange Touadéra se este recorrer à fraude eleitoral, de que o acusam, para garantir um segundo mandato.

De acordo com fontes humanitárias e da ONU, os grupos armados tomaram várias localidades situadas em eixos de acesso à capital Bangui, já ameaçada por um bloqueio à distância.

O secretário-geral da ONU pediu às partes para que resolvam "qualquer diferendo de forma pacífica", no interesse do povo centro-africano que, acrescentou, "sofre há muito tempo devido ao conflito e instabilidade"

As tensões continuam muito acesas na RCA, onde o Governo acusou na quarta-feira o antigo Presidente François Bozizé, excluído do escrutínio pelo Tribunal Constitucional, de preparar "um plano de desestabilização do país", enquanto a oposição receia fraudes maciças nas eleições.

A missão da Organização das Nações Unidas na República Centro-Africana (MINUSCA) deslocou ‘capacetes azuis’ para o oeste do país, de acordo com um comunicado da missão, divulgado na sexta-feira.

A RCA é palco de uma guerra civil, depois de uma coligação de grupos armados predominantemente muçulmana, a Séléka, ter derrubado o regime do general François Bozizé em 2013.

Os confrontos entre a Séléka e milícias de dominante cristã e animistas, designadas ‘antibalaka’ provocaram então milhares de mortos.

Desde 2018, a guerra evoluiu para um conflito de baixa intensidade, onde os grupos armados disputam o controlo dos recursos do país, particularmente gado e minerais, enquanto abusam com regularidade das populações civis.

Num comunicado divulgado na quinta-feira, o Movimento Patriótico da República Centro-Africana (MPC), o 3R (Regresso, Reclamação, Reabilitação) e dois grupos 'antibalaka' comprometeram-se a "restabelecer a segurança no conjunto do território por todos os meios", incluindo "meios de coerção, na hipótese de o poder executivo se obstinar em manipular a organização do escrutínio para fazer um roubo eleitoral".

Integrada na Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA), Portugal tem neste país a 7.ª força nacional destacada, constituída por 180 militares.

O primeiro-ministro, António Costa, tinha prevista uma deslocação aos destacamentos militares portugueses na RCA, no sábado, que anulou por ter ficado desde quinta-feira em isolamento profilático preventivo da covid-19.



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