Terceira vaga agressiva de covid-19 avança em África onde ainda faltam vacinas

     África           
  • Luanda     Quinta, 10 Junho De 2021    21h18  
Bandeira da União Africana
Bandeira da União Africana
Divulgação

Nairobi - A terceira vaga de covid-19 avança "agressivamente" em África, onde a variante detectada na Índia ganha terreno e continua a escassez de vacinas, advertiu o director do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).

"Podemos ver claramente que a variante B.1.617, que surgiu na Índia, está a crescer no continente, mas ainda não temos dados epidemiológicos que sugiram que esteja por trás da terceira vaga" na região, disse hoje John Nkengasong, em conferência de imprensa virtual.

Pelo menos 13 dos 55 Estados-membros da União Africana (UA) - órgão do qual depende o África CDC - já registaram esta variante, incluindo o Quénia, Uganda, África do Sul, Marrocos ou Nigéria.

Continuam a escassear vacinas no continente, face a esta terceira vaga e, no ritmo atual, apenas sete das 54 nações soberanas da região (sem contar com o Sahara Ocidental) alcançariam a meta de vacinar 10% da sua população até Setembro, a menos que África receba mais 225 milhões de doses, informou hoje a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“À medida que nos aproximamos dos cinco milhões de casos e começa uma terceira vaga em África, muitas das pessoas mais vulneráveis continuam perigosamente expostas à covid-19”, advertiu numa outra conferência virtual, a directora da OMS para o continente, Matshidiso Moeti.

Moeti defendeu que os países que podem devem partilhar as vacinas contra o covid-19 com urgência. “É uma questão de vida ou morte para a África”, vincou.

O África CDC e a OMS congratularam-se com o acordo alcançado pelos Estados Unidos para comprar 500 milhões de vacinas da Pfizer/BioNTech que serão entregues a cerca de 100 países nos próximos dois anos através da plataforma COVAX, segundo o jornal The New York Times.

“O que sabemos, até agora, é que 200 milhões de doses estarão disponíveis este ano através da plataforma COVAX (promovida pela OMS para garantir o acesso global e equitativo à vacina) e agradecemos que a União Africana seja mencionada explicitamente” assegurou Nkengasong.

A directora regional da OMS reconhece que se trata de “um grande avanço”, uma vez que “as nações ricas começam a transformar promessas em ações”.

Com este acordo, os Estados Unidos aderiram à iniciativa anunciada em maio pela França, que se comprometeu a doar vacinas para países africanos também por meio da COVAX, tornando-se o primeiro país europeu a fazer contribuições para esse sistema.

Até agora, a UA reservou 220 milhões de vacinas de dose única (com opção de adicionar mais 180 milhões em 2022) por meio de um acordo firmado em março com a Janssen, subsidiária da farmacêutica Johnson & Johnson, e que o continente espera começar a distribuir em agosto deste ano.

Além disso, a Fundação Mastercard anunciou na terça-feira que doará 1.300 milhões de dólares ao África CDC, durante os próximos três anos, para melhorar a resposta regional contra a pandemia.

Além da compra de vacinas, “alguns países africanos devem intensificar ações para aplicar rapidamente as que já possuem”, alertou hoje a OMS.

Embora 14 países já tenham usado entre 80% e 100% das doses que receberam por meio da COVAX, cerca de 20 usaram menos da metade das vacinas recebidas e 12 correm o risco de mais de 10% das vacinas AstraZeneca de que dispõem atingirem o prazo de validade no final de Agosto, sem terem sido administradas.

O continente africano, que tem cerca de 1.300 milhões de habitantes, recebeu até ao momento 54,9 milhões de doses, das quais, 35,9 milhões já foram administradas, segundo os últimos dados publicados pelo África CDC.

De acordo com a mesma fonte, apenas 0,6% da população africana tem a vacinação completa, um número muito baixo em comparação com os países desenvolvidos.

África registou até o momento pouco mais de 4,9 milhões de casos de covid-19 (2,9% do total mundial) e mais de 133.000 mortes (3,7% do total mundial), representando uma taxa de mortalidade de 2,7%, que permanece acima da média global de 2,2%, segundo os últimos dados oficiais.





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