Maseru - O ex-primeiro-ministro do Lesotho Thomas Thabane foi hoje, quarta-feira, formalmente acusado pelo presumível envolvimento no assassínio da sua anterior mulher, Lipolelo Thabane, em 2017, um crime pelo qual também foi acusada a actual cônjuge, Maesaiah Thabane, noticiou a imprensa local.
O veterano político, de 82 anos, e a sua actual mulher estavam há meses no centro das investigações policiais, embora ambos neguem reiteradamente o envolvimento no crime.
Lipolelo Thabane foi assassinada a tiro em 2017 à porta de casa, dois dias antes de o veterano político tomar posse no cargo de primeiro-ministro, pela segunda vez na sua carreira.
Há vários anos que Thomas e Lipolelo Thabane mantinham um complicado processo de divórcio.
Cerca de um mês após a morte de Lipolelo, Thomas casou-se com Maesaiah.
As investigações da polícia apontam para que os dois tenham contratado sicários para cometer o crime, pagando 180.000 dólares (cerca de 160 mil euros, ao cambo actual).
Os tribunais tinham confirmado a acusação contra Maesaiah Thabane - que se encontra actualmente em liberdade sobre fiança -- em Fevereiro de 2020, mas o ex-primeiro-ministro tinha-se esquivado à acusação porque a defesa alegou então que não podia ser imputado do crime enquanto exercesse o cargo de primeiro-ministro.
Devido a este escândalo e a uma grave crise política que se arrastava há vários meses, Thabane, embora reticente, demitiu-se finalmente em 19 de Maio passado.
Os partidários do ex-primeiro-ministro desvalorizam as acusações, que atribuem a motivações políticas dos seus adversários.
A monarquia constitucional do Lesotho, um reino montanhoso encravado em território da África do Sul, já enfrentou várias tentativas de golpe de Estado desde que ascendeu à independência, do Reino Unido, em 1966.
