Brazzaville - O Tribunal Constitucional da República do Congo confirmou hoje a reeleição de Denis Sassou Nguesso nas presidenciais de 21 de Março, depois de ter rejeitado os recursos da oposição.
"Sobre os resultados definitivos das eleições (...), o Tribunal Constitucional fez as rectificações e ajustamentos necessários. O candidato Denis Sassou Nguesso, que ganhou com 88,40%, foi declarado eleito", disse o presidente do mais alto tribunal da República do Congo, August Iloki, citado pela agência France-Presse (AFP).
Iloki acrescentou que o Tribunal Constitucional decidiu que os recursos para anulação e adiamento das eleições presidenciais apresentados pelos opositores Mathias Dzon, Jean-Jacques Serge Yhombi Opango e Christian Mozoma eram "inadmissíveis".
No final de Março, estes opositores tinham apresentado recursos contra a reeleição de Sassou Nguesso na primeira volta, depois de os resultados anunciados pela comissão eleitoral do país lhe terem dado a vitória com 88,57% dos votos.
Durante a campanha eleitoral, o Presidente cessante colocou a paz, a juventude e o desenvolvimento da agricultura no topo das suas prioridades, com o objectivo de sair da indústria petrolífera e da dependência das importações.
As eleições ficaram também marcadas pela morte do seu principal opositor, Guy-Brice Parfait Kolélas, que morreu vítima de covid-19 no dia seguinte.
Sassou Nguesso, 77 anos, dos quais 36 no poder, venceu com larga vantagem os seus seis opositores e conquistou assim um novo mandato de cinco anos.
Em 2016, Sassou Nguesso foi reeleito na primeira volta com 60% dos votos, ficando à frente de Kolélas (15%).
Com o falecimento de Kolélas, um dos principais opositores de Sassou Nguesso, a oposição congolesa fica ainda mais enfraquecida, uma vez que dois outros candidatos nas eleições de 2016, Jean Marie Michel Mokoko e André Okombi Salissa cumprirem penas de prisão de 20 anos por "comprometerem a segurança do Estado".
Numa primeira fase, Denis Sassou Nguesso foi Presidente da República do Congo entre 1979 e 1992, voltando ao poder em 1997, após derrubar o então chefe de Estado, Pascal Lissouba, mantendo-se desde então à frente deste país, cuja economia está dependente dos preços do petróleo.