Malabo - A comissária dos Assuntos Sociais da União Africana (UA), Amira Elfadil, entregou hoje ao Presidente da Guiné Equatorial um donativo de 100 mil dólares no final de uma missão de solidariedade ao país após as explosões em Bata.
Durante a deslocação, a missão da UA esteve reunida com vários ministros do Governo da Guiné Equatorial e visitou o local das explosões, ocorridas a 07 de Março num campo militar na cidade portuária de Bata, causando mais 100 mortos e 600 feridos.
A delegação foi ainda recebida pelo chefe de Estado, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, no seu gabinete em Bata.
"O Presidente expressou a sua gratidão ao presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, por enviar uma delegação para demonstrar solidariedade com o seu país", escreveu Amira Elfadil na sua conta na rede social Twitter.
A comissária acrescentou ter apresentado condolências ao governo e ao povo da Guiné Equatorial pelo "infeliz incidente das explosões".
"A União Africana mostrou solidariedade ao entregar um donativo de 100 mil dólares (cerca de 85 mil euros)", disse Elfadil.
A cidade portuária de Bata, a mais populosa da Guiné Equatorial, foi abalada em 07 de Março por uma série de explosões num quartel militar, que provocaram a morte a mais de uma centena de pessoas e ferimentos em mais de 600, além de um número indeterminado de desalojados e avultados danos materiais.
O governo apontou o mau uso de munições e explosivos militares que estavam guardados no quartel como a causa do acidente, que motivou um pedido de ajuda internacional por parte das autoridades de Malabo.
Várias agências técnicas especializadas em segurança de munições estiveram ou ainda estão no terreno sob a coordenação do Centro Regional das Nações Unidas para a Paz e o Desarmamento em África (UNREC), incluindo uma equipa de consultores em Gestão de Munições (AMAT) no âmbito do Centro Internacional de Desminagem Humanitária de Genebra (GICHD), bem como equipas de França, Israel, Qatar e Camarões.
Avaliações preliminares da Cruz Vermelha local, corroboradas por imagens de satélite da UNOSAT, indicam que pelo menos 3.900 pessoas (780 casas) foram directamente afectadas pela catástrofe, incluindo dois mil pessoas (400 casas) dentro do campo militar de Nkuantoma, onde ocorreram as explosões.
Os bairros limítrofes de Mondong (500 pessoas e 100 casas), Razel (750 pessoas e 150 casas) e Nkuantoma (650 pessoas e 130 casas) foram também afectados.
Cerca de 603 estruturas foram danificadas, 238 das quais foram destruídas e 365 gravemente ou moderadamente danificadas.
Antiga colónia espanhola, governada há 42 anos por Teodoro Obiang, a Guiné Equatorial, um país rico em recursos, mas com largas franjas da população abaixo do limiar da pobreza, integra a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde 2014.