Kinshasa – O Chefe de Estado da República Democrática do Congo (RDC), Félix Antoine Tshisekedi Tshilombo, é o novo Presidente em exercício da União Africana (UA) e decidiu apostar em grande, durante o seu mandato de um ano, para conseguir êxitos e fazer emergir o seu país como viável e torná-lo numa voz incontornável em África.
Por: João Gomes Gonçalves, ANGOP
Sábado último, 06, depois de assumir o cargo, prometeu trabalhar em pesados domínios, nomeadamente o reforço da Paz e Segurança, a realização da Zona de Comércio Livre (ZLECAF) e a promoção do Renascimento da Cultura, das Artes e dos Patrimónios Africanos.
Discursando pela primeira vez, em Addis Abeba, na qualidade de presidente rotativo em exercício da UA, Tshisekedi apontou também como cavalos de batalha, o combate às mudanças climáticas, o acelerar dos projectos integradores, a construção da futura grande barragem hidroeléctrica de Inga (RDC) e o consolidar da iniciativa da organização no combate a pandemia da Covid-19 e a prevenção contra outras endemias.
Félix Tshisekedi substituiu o seu homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa, na presidência rotativa anual da União Africana.
O chefe de Estado da República Democrática do Congo, que intervinha por ocasião da trigésima quarta sessão ordinária da Conferência de Chefes de Estado e de Governo da organização, lembrou a necessidade de a UA reforçar o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) para que, na sua qualidade de instituição técnica especializada da organização panafricana, responda de forma eficaz às urgências e complexos desafios sanitários.
Tirando as lições da pandemia, o líder congolês considera chegado o momento de se investir cada vez mais na educação e na investigação científica, e sugeriu que cada Estado membro reserve uma boa parte da sua renda ao desenvolvimento do capital humano, que considera a principal riqueza, a única capaz de se mobilizar com eficácia, para resolver este problema específico e enfrentar os desafios mundiais.
Os seus homens de mão na presidência da UA
Para conseguir os seus objectivos, o Presidente RD Congolês formou uma força de apoio, composta por várias inteligências e liderada pelo professor universitário, Alphonse Ntumba Lwaba.
Com efeito, na sua edição de 12 de Outubro de 2020, o “Jeune Afrique” anunciava que o Presidente congolês, Félix Tshisekedi, havia nomeado oficialmente Alphonse Ntumba Luaba, para dirigir um painel de peritos, encarregue de elaborar os documentos a serem apresentados à UA e aconselhá-lo durante a sua presidência rotativa.
Antigo vice-ministro da Justiça de Laurent-Désiré Kabila, antigo ministro dos Direitos humanos e candidato presidencial em 2018, este ex-secretário executivo adjunto e secretário da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), foi escolhido por causa da sua experiência, principalmente na diplomacia regional.
Argumenta-se que Ntumba Lwaba ainda dispõe de contactos em algumas presidências da República nos países da região, além de ter sido conselheiro jurídico do falecido Étienne Tshisekedi, quando foi nomeado primeiro-ministro, depois da Conferência Nacional Soberana, em 1990.
Fazem parte do painel, o historiador Isidore Ndaywel è Nziem, presidente do famoso Comité dos Laicos Católicos (CLC), o antigo ministro Daniel Mukoko Samba (encarregue da questão da Zona de Livre Comércio Africana (ZLECAF) e da monitorização da grande barragem de Inga, que Tshisekedi quer construir durante o seu mandato), a militante dos direitos das mulheres, Julienne Lusenge, a física Raïssa Malu e Ndolamb Ngokwey.
Roger Kamba, conselheiro especial do Presidente encarregue da cobertura da doença universal, lidera no painel as questões ligadas à saúde.
De acordo com o “Jeune Afrique”, a equipa já vinha trabalhando em estreita colaboração com o director do gabinete do Presidente, Désiré Cashmir Kolongele e a ministra dos Negócios Estrangeiros, Marie Ntumba Nzeza, mais uma task-force de 12 membros, maioritariamente conselheiros do seu Ministério, deve jogar um papel central dentro do dispositivo de peritos.
Em Addis Abeba, o grupo tem como ponta de lança junto da UA, o embaixador Jean-Léon Ngandu Ilunga.
Durante o mandato de Tshisekedi, o embaixador Ngandu Ilunga será activo no seio do Comité de Representantes Permanentes (COREP), encarregue da gestão das actividades diárias da UA.
Outros ouvidos do Presidente, que trabalham em seu redor, são os especialistas em várias áreas do saber como Nicolas Kazadi, Alexis Kohler, Bestine Kazadi, Christian Bushiri Ongala, Claude Ibalanky, Patrick Mutombo, Fortunat Biselele, André Wameso, Thethe Kabwa Kabwe e François Beya, este último dos Serviços de Inteligência, indica o jornal africano.