Bamako – Pelo menos 50 ONG sahelianas e internacionais defenderam nesta terça-feira, 13, em comunicado, uma nova “abordagem” da questão do Sahel, perante a crise político-militar naquela região africana.
As instituições acima sugerem prioridade à protecção dos civis e não apenas acções militares, bem como o dialogo com os jihadistas.
A “Coligação cidadã para o Sahel”, fundada em 2020 por organizações de defesa dos direitos humanos, associações de mulheres, redes de juristas do Mali, Níger e do Burkina Faso, apela à "uma reorganização drástica das prioridades”, escrevem no seu relatório, a que a AFP teve acesso.
As mesmas escreveram que “há oito anos que a prioridade foi dada à acção militar”, mas “a forma como a resposta securitária foi levada à cabo, não permitiu melhorar a vida diária das populações”, sublinham.
O relatório promete dois principais eixos, nomeadamente colocar a protecção civil no centro das operações militares, e resolver a crise de governação dos Estados, pobres e incapazes de controlar os imensos territórios rurais onde os grupos armados estão disseminados.
Desde o inicio do conflito em 2012, os grupos jihadistas, em particular os filiados essencialmente à nebulosa al-Qaïda ou à organização Estado Islâmico continuam a ampliar as suas acções em vários territórios do Norte do Mali, estendendo-se ao Níger e ao Burkina Faso.
“Os civis são as primeiras vítimas das violências terroristas, perpetradas impunemente por diversos actores”, indica o relatório que recorda o cada vez maior, o número de civis mortos por soldados que os deviam proteger.