Benguela – O bispo da Diocese de Cabinda e porta-voz da CEAST, Dom Belmiro Tchissengueti, defendeu hoje, segunda-feira, a implementação de novos métodos de irrigação dos campos para prevenção dos efeitos da estiagem, soube a ANGOP.
O prelado falava à imprensa, após uma visita de cortesia do Cardeal Dom José Tolentino Mendonça e de bispos da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé ao governador de Benguela, Luís Nunes.
Segundo Dom Belmiro Tchissengueti, o país vive uma situação de estiagem prolongada e fome que pode ser revertida, uma vez que é bastante rico em recursos hídricos.
Na sua óptica, a estiagem não pode justificar a falta de uma agricultura mais intensa, quando existem alternativas de recursos que a natureza oferece, sendo preciso ser mais criativos.
Na mesma senda, considera que os camponeses já não podem depender apenas das chuvas para produzir.
“Existem países desérticos como a Namíbia e a África do Sul que, apesar das suas características, exportam comida para Angola. Eles usam desde bacias de retenção, furos de água, canais de irrigação, dentre outros métodos”, lembrou.
Dom Belmiro Tchissengueti reconhece que o Executivo tem se engajado na criação de vários projectos sociais que visam melhorar as condições de vida das populações, mas, na sua opinião, o PIIM devia estar mais voltado para o combate à fome, desnutrição e pobreza.
Por outro lado, o bispo defendeu ainda a criação de uma comissão multissectorial de combate à malária, à semelhança da Covid-19, para que, na divulgação dos dados estatísticos, os cidadãos tomem consciência do número de mortes que esta doença tem provocado.
O bispo adiantou que, com a criação desta comissão, será possível fazer um melhor acompanhamento da incidência da doença e definir caminhos para combatê-la.
“Precisamos ter educação para saúde e melhorar o saneamento do meio para que se evitem os focos de mosquito, principal transmissor da doença”, disse.