Benguela – Seiscentas toneladas de fertilizantes estão disponíveis na Casa do Agricultor da comuna do Dombe Grande, na província de Benguela, para apoiar as cooperativas agro-pecuárias da região, apurou hoje a ANGOP.
Aberta em Junho de 2022, numa iniciativa da Fazenda Agro-Pecuária Nelson Rodrigues, a Casa do Agricultor tem como objectivo assegurar o fornecimento de insecticidas e fertilizantes, produtos essenciais para alavancar a produção agrícola e diversificar a economia.
Além dos camponeses do Dombe Grande, no município da Baía Farta, a sul de Benguela, o empreendimento, que custou 80 milhões de kwanzas, também está a fornecer fertilizantes aos produtores das províncias vizinhas do Huambo, Bié e Cuanza Sul.
Falando à ANGOP, a propósito da campanha agrícola 2023-2024, o agricultor e proprietário da referida fazenda, Nelson Rodrigues, disse que têm adubo composto NPK 12-24-12, ureia e amónio, sendo 200 toneladas de cada tipologia.
Por conta da subida galopante dos preços dos fertilizantes, Nelson Rodrigues assumiu que a Casa do Agricultor está a facilitar os homens do campo com uma ligeira redução dos custos dos insumos.
A título de exemplo, explicou que os camponeses estão a adquirir o adubo composto NPK 12-24-12 ao preço de 36 mil kwanzas, contra os Kz 40 mil praticados no mercado informal.
“É ligeiramente mais barato, porque compramos grandes quantidades para vender com desconto”, referiu, afiançando que a empresa está em prontidão para acudir as necessidades dos camponeses da região.
Para tal, o empreendedor salientou que a Casa do Agricultor fez parcerias com duas empresas, nomeadamente, a Rainbow-Agro e a Solevo, permitindo assim a aquisição de insumos a preços acessíveis.
“As preocupações dos agricultores no Dombe Grande têm a ver com o preço alto dos insumos”, defendeu, reconhecendo que é impossível ter uma produção razoável com os fertilizantes muito caros, apesar da subvenção do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA).
Enquanto a situação se mantiver, Nelson Rodrigues prevê que os custos de produção serão altos para os pequenos e médios produtores e, por isso, vai encarecer o produto final, acabando por desestimular a produção.
“Os agricultores, em vez de produzir em grande escala, vão produzir pouco”, alertou, justificando uma vez mais a iniciativa da Casa do Agricultor de ajudar os camponeses no acesso aos insumos, para minimizar as suas dificuldades.
Remodelação
Noutro ponto, contou que as obras de ampliação da Casa do Agricultor estão avançadas e que quando forem concluídas, possivelmente em Janeiro de 2024, será um edifício de dois pisos, numa área de 2.100 metros quadrados.
Lembrou que a abertura do empreendimento surgiu da necessidade de apoiar os produtores locais no combate às pragas sistemáticas, que têm prejudicado as culturas dos produtores na comuna do Dombe Grande, principalmente a tuta, que ataca o tomate.
O interlocutor da ANGOP disse que o espaço tem vindo a oferecer aos camponeses e agricultores de Benguela, Huambo, Bié e Cuanza Sul uma gama de produtos agroquímicos, como inseticidas, fungicidas, herbicidas, adubos e fertilizantes.
A estes produtos, juntam-se ração, vitaminas e medicamentos para combater as doenças que afectam a sanidade animal.
Nelson Rodrigues refere que o empreendimento também garante o fornecimento de equipamentos como pulverizadores, sistemas de rega gota-a-gota, motobombas e sementes normais e melhoradas. JH/CRB