Caxito – As colheitas de milho, feijão e hortícolas registaram, na primeira época do ano agrícola 2020/2021 uma queda de cerca de 90 por cento, na província do Bengo.
No Bengo, a campanha agrícola 2020/2021 prevê a produção de um milhão 282 mil e 659,57 toneladas de produtos diversos.
Na comuna do Ucua, município do Dande, a presidente da cooperativa agrícola Camu, Eugénia Mateus, informou que dos 13 hectares cultivados (com milho e feijão) apenas quatro (com mandioca) resistiram a falta de chuva.
Com uma área de 30 hectares, a cooperativa previa colher 57 toneladas de produtos, mas devido a estiagem apenas serão colhidas cerca de 10 toneladas.
Já o presidente da cooperativa Nganga Panzo, Daniel Miranda, referiu que a falta de chuva na localidade do Kincuzo, município do Nambuangongo, é preocupante, razão pela qual se trabalha na aquisição de moto-bombas e mangueiras para a rega.
Conforme o administrador municipal do Pango Aluquém, José falo, a seca que se regista desde o mês de Dezembro fez com que os agricultores perdessem quantidades de sementes, produtos para comercialização e para a dieta alimentar.
O sector da agricultura na região controla 118 cooperativas e 155 associações de camponeses.
No Bengo, 90 por cento da produção agrícola é proveniente do sector familiar.
Em declarações à ANGOP, o presidente da Federação da Associação de Camponeses e Cooperativas Agro-pecuárias, UNACA, Marques Miguel, aconselhou os camponeses a apostarem no cultivo em terrenos localizados nas zonas baixas e próximas dos rios para minimizar os efeitos negativos da ausência de chuva.
Apontou para a necessidade de o Estado apoiar os camponeses que clamam por falta de moto-bombas, mangueiras para rega e sementes, para evitar prejuízos avultados nas culturas.