Chinguar - Com aproximadamente quatro anos de actividade, a cooperativa Boa Esperança, no município do Chinguar, província do Bié, ambiciona o aumento da sua produtividade, mas, para isso, necessita de máquinas, sobretudo tractores com respectivas alfaias.
Com pouco mais de 30 hectares de terra, a cooperativa, criada em 2020, é formada por 70 associados, na sua maioria jovens, que nesta campanha agrícola preparou apenas cinco hectares, sendo metade para o cultivo de batata-rena, estando, numa primeira fase, a colher já perto de cinco mil toneladas.
Em Junho, poderão colher mais outras seis ou sete toneladas deste tubérculo.
Nos outros 2.5 hectares foram plantados o milho, tomate e hortícolas diversas.
Fruto de um financiamento de 15 milhões de kwanzas que beneficiou em 2020, no âmbito do Fundo de Apoio de Desenvolvimento Agrário (FADA), esta organização começou a pensar em voos maiores, mas continua limitada, já que tem trabalhado manualmente, situação que seria invertida caso conseguissem máquinas para o preparo da terra, o que permitiria o aumento da produção e concomitantemente da safra.
" Com os valores do financiamento, conseguimos reorganizar a cooperativa, com compra de insumos agrícolas e outros meios. Mesmo trabalhando manualmente estamos a produzir bem. Agora queremos mais, ambicionamos outros mercados", declarou hoje à ANGOP o presidente da cooperativa, Eliseu Vanhale Tchapesseca.
Segundo o responsável, neste momento a cooperativa tem encontrado grandes dificuldades no aluguer de tractores, já que se cobra, por esse meio, 30 mil kwanzas por hectar.
Produção do trigo continua na mira
Apear de não ter uma experiência muito boa, esta fazenda continua na esperança de um dia vir a produzir o trigo em grande escala, desde que surjam os apoios necessários.
No ano passado, experimentou uma plantação num espaço de 15 hectares, onde conseguiu colher apenas três toneladas do cereal, das 50 previstas.
A falta de meios, sobretudo para a recolha da produção, esteve na base do fracasso.
“Tivemos prejuízos nessa primeira tentativa. Mas a terra está aí, a vontade dos associados mantém-se, falta apenas o apoio necessário. Caso chega, com certeza retomaremos esta produção e assim ajudar a reduzir a procura desse cereal no mercado nacional”, realçou o presidente da cooperativa, Eliseu Vanhale Tchapesseca.
Quanto ao milho, a Fazenda Boa Esperança possui em stock perto de 3,5 toneladas, colhidas em 15 hectares. O produto ainda aguarda pelo escoamento.
Eliseu Vanhale Tchapesseca referiu que, além do mercado local, maior parte da produção vai para as províncias de Luanda, Moxico e Cuando Cubango.
Compradora já no campo
Leontina Cassova é uma das compradoras da mercadoria produzida pela Fazenda Boa Esperança.
Antecipando-se à concorrência, em função da escassez da batata-rena no mercado, ela compra o tubérculo mesmo na altura da sua colheita, ou seja ainda no campo.
Proveniente de Luanda, a jovem de 30 anos encontra-se no município do Chinguar há já uma semana a espera do negócio, para revender no mercado do 30, na capital do país.LB/PLB