Cuvango – A administração municipal do Cuvango, na província da Huíla, conclui este mês com a identificação e o cadastramento de famílias interessadas em produzir trigo, para que possam receber, antes de Setembro, os insumos necessários.
Trata-se de uma acção que começou há dois meses, tendo vista ao relançamento da produção, em grande escola, do trigo, cujo reinício teve lugar em Junho, na fazenda Agrikuvango, que o Ministério da Agricultura e Florestas estabeleceu uma parceria para iniciar a produção de sementes que serão entregues às famílias camponesas.
O registo das famílias camponesas já foi feito na sede do município e na comuna de Vicungo, estando agora a ser ultimado na de Galangue.
Em declarações hoje, segunda-feira, à ANGOP, o administrador municipal, Luís Marcelo Cambinda, assinalou não ser a primeira vez que o município produz trigo, mas houve uma interrupção da produção que durou mais de 40 anos.
“Estamos a preparar o relançamento da produção do trigo e essa política de fomento é importante para nós e, sobretudo, na relação que existe entre o governo provincial, o ministério da Agricultura e a administração municipal, para que possamos levar essa expansão do trigo, não só aos grandes produtores, mas também à população”, ressaltou.
Luís Marcelo disse que no primeiro contacto denotou-se haver muitos interessados, pelo que a administração está a munir-se de insumos para que esse processo dê resultados e a inserção da fazenda Agrikuvango na multiplicação da semente serve de catalisador para congregar todos agricultores.
“Já contactámos os antigos produtores e daí o processo não pára com esses que vão entrar agora, também levar para novos produtores. É necessário que o Cuvango assuma a liderança da produção de cereais, sobretudo do trigo”, defendeu.
O Cuvango, conforme a fonte, está a rebuscar o seu nome e impor-se a nível da província em termos de produção agrícola, mas não há mercado suficiente, como reclamam os produtores.
O Cuvango já produziu trigo entre os anos 70 e 80, mais precisamente nas áreas da Missão Católica, na Catala, em Galangue, na Nhara de Galangue, na Liapeca e na Mumba, onde a cada época saíam perto de 12 mil toneladas, mas o conflito armado interrompeu a produção durante vários anos.
A retoma na produção foi assumida pelo fazendeiro Rui Kapose, da fazenda Agrikuvango, a cinco de Junho último, por sugestão do Ministério da Agricultura e Florestas, dada as potencialidades edafoclimáticas do município. MS