Huambo – Membros do Governo da província do Huambo, académicos, camponeses e representantes de organizações da sociedade civil discutem desde hoje, segunda-feira, as acções mobilizadoras para apoiar o desenvolvimento da agroecologia, com a realização do Fórum Agroecológico.
O evento, cuja abertura contou com o vice-governador da província do Huambo para os serviços Técnicos e Infra-estruturas, Elmano Francisco, visa trocar experiências sobre o que esta região do Planalto Central tem feito sobre a agroecologia e a respeito da agricultura inteligente.
Com a duração de dois dias, os participantes vai abordar temáticas, os princípios da agroecologia, a promoção da agroecologia em Angola: Um olhar sobre as políticas nacionais, as iniciativas agroecológicas na província do Huambo: casos de sucesso de experiências e projectos de agroecologia locais.
Constam, entre os temas em discussão, a agricultura convencional vs agroecologia, agroecologia e segurança alimentar: estímulo à produção de alimentos saudáveis, orientado por princípios agroecológicos, a investigação em agroecologia: estado de arte e linha de investigação, contribuição da FAO para a transição agroecológica em Angola: ligações aprendidas e caminhos futuros, o impacto das queimadas para os avanços da agroecologia e as iniciativas de financiamento global para a transição agroecológica.
Em declarações à margem do fórum, Rosalina Carlos, em nome do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), disse que o fórum espera reforçar o comprometimento dos fazedores do agro, pois, actualmente, é visíveis as alterações climáticas que exigem a prática de uma agricultura mais inteligente, capaz de olhar não apenas para a produção, mas, também, nas questões ambientais.
Acrescentou que a prática da agricultura inteligente será, de certa forma, um diferencial, cujo sucesso depende da consciência de cada cidadão em olhar para agricultura com foco nas questões ambientais.
Refira-se que a província do Huambo conta com um centro agroecológico, em funcionamento desde 2016, na comuna da Chipipa, com a função de aplicar práticas sustentáveis de gestão e tecnologias ambientais, no sentido de melhorar a produção agro-pecuária.
Tutelado pelo Ministério do Ambiente, o centro visa apoiar a produção de alimentos de maior qualidade, aumentar a renda das famílias, gerar novos empregos, bem como contribuir para a preservação do ambiente.
A agroecologia consiste na aplicação de conceitos e princípios ecológicos para o “desenho e manejo” de agro-ecossistemas sustentáveis ou uma abordagem da agricultura que se baseia nas dinâmicas da natureza, dentre as quais a sucessão natural, que permite a recuperação da fertilidade do solo sem o uso de fertilizantes minerais e o cultivo sem agro-tóxicos, com acções que buscam o equilíbrio natural dos componentes do solo. ALH
