Cuito – Quinhentos hectares de terras para o cultivo de arroz foram preparados na província do Bié, visando aumentar a produção deste cereal, no âmbito do Plano Nacional de Fomento à Produção de Grãos (PLANAGRÃO).
O acto de lançamento da campanha de produção de arroz aconteceu esta terça-feira, na comuna da Cambândua, a 52 quilómetros a Sudoeste da cidade do Cuito, em cerimónia orientada pelo governador Pereira Alfredo.
A estimativa é colher 500 toneladas deste cereal durante o ano agrícola vigente, contribuindo para o sucesso do PLANAGRÃO, que tem como meta o cultivo de seis milhões 104 mil 282 toneladas de grãos, entre trigo, arroz, milho e soja, até 2027, em todo país.
Ainda a nível do Bié pretende-se, para os próximos quatro anos, atingir, uma média de produção de milho de um milhão e 200 mil toneladas, 237 mil 450 toneladas de trigo, bem 130 mil de soja.
O governador provincial, Pereira Alfredo, realçou que esta região centro/sul do país está em condições de produzir 30 por cento do arroz da fatia nacional, por isso o Governo local vai começar já a implementar programas de fomento à agricultura familiar, através das administrações municipais.
Para tal, vai iniciar a distribuir terras às cooperativas, associações e produtores interessados no aumento da produção de cereais, para contribuir na diversificação da economia e concomitantemente combater a fome e pobreza.
Camponeses da Cambândua com mais inputs agrícolas
Sete cooperativas de camponeses da comuna da Cambândua beneficiaram de inputs agrícolas, entre fertilizantes, catanas, enxadas, sementes diversas (milho, feijão, arroz, de hortícolas), sistema de irrigação e pulverização e outros meios.
A acção tem como objectivo estimular os camponeses para o cultivo de mais de mil hectares, para as culturas do milho, arroz, feijão, soja, ginguba, mandioca, entre outros.
Pereira Alfredo referiu, no entanto, que o Governo local está a trabalhar com os bancos comerciais, de modo a cederem créditos bonificados, para facilitar a instalação de uma fábrica de descasque de arroz, nessa localidade.
A par do arroz, o governante encorajou os camponeses a apostarem na produção de citrinos (laranjas, tangerinas e outros), plantação de árvores frutíferas, visando complementar na dieta das famílias.
Entretanto, o administrador municipal do Cuito, Abel Guerra Paulo, em nome da população, enalteceu os esforços do governo, sublimando a importância de apostar na aquisição de insumos agrícolas e formação dos camponeses, sobretudo, os associados.
Produtores destacam apoios para produção em grande escala do arroz
Tomé José, um dos produtores de arroz na vila de Cambândua, actualmente com 60 hectares de terras para o cultivo de arroz, frisou que, com o apoio do Governo, poderá elevar para 200 hectares na presente campanha agrícola, de modo colher igual número de toneladas do cereal.
Segundo o produtor, necessita de incentivos para aquisição de tractores e respectivas alfaias, com finalidade de se sair de uma agricultura manual para mecanizada.
Já Alberto Damião, responsável da cooperativa Canguele, com mais de 40 associados, das aldeias de Calipoto, Ossi, João Luto e Visseia, assegura já se produzir o arroz em pequena escala e, com o incentivo, vão trabalhar para aumentar a área de cultivo, até pelo menos 500 hectares, contra os actuais 40.
A comuna da Cambândua tem uma superfície de 62 quilómetros quadrados e possui aproximadamente 18 mil habitantes, maioritariamente camponesa. Controla 49 escolas de campo e sete cooperativas agrícolas.JEC/PLB