Huambo – Doze toneladas de produtos diversos começaram a ser colhidas, este mês, na fazenda JB Eyavala, localizada no município do Huambo, com uma área de oito hectares de terras agricultáveis, soube hoje, segunda-feira, a ANGOP.
Trata-se de citrinos e culturas resistentes à seca, como alternativa a estiagem dos últimos meses que fez fracassar a produção de cereais na presente época agrícola (2020/21).
De acordo com o seu proprietário, João Baptista Eyavala, apostou-se na produção da mandioca, batata-doce, rabanete e assipi, por serem culturas que necessitam de pouca água, ao contrário do milho e outros produtos.
Disse que optou por estas culturas depois do fracasso que teve com a produção do milho, com uma perda estimada em dois milhões de Kwanzas.
O agricultor disse que o projecto agrícola, com um total de 60 trabalhadores, apesar de debater-se com a falta de meios de irrigação, apostou na produção de hortícolas na parte mais baixa da fazenda, nas proximidades do rio, para mitigar os efeitos da ausência prolongada de chuva.
Nesta conformidade, João Baptista Eyavala, cuja fazenda produziu, este ano, uma mandioca de um metro e 30 centímetros de altura, aconselhou os outros agricultores no sentido de apostarem em culturas do género, para evitar desperdícios em casos de estiagem, tal como a verificada na presente campanha agrícola.
Já o director do Gabinete da Agricultura na província do Huambo, Tony Camuti, fez saber que as colheitas do milho, feijão e das hortícolas podem registar uma queda de 95 por cento na primeira fase da campanha agrícola 2020/21, na província do Huambo, como resultado da seca.
Salientou que as 256 mil famílias camponesas podem ter baixas entre 50 a 100 por cento da produção do milho, assim como 90 a 100 por cento na do feijão, daí a necessidade de o Governo ter adquirido equipamentos de irrigação de baixo custo e distribuído aos camponeses, para melhorarem os níveis de produção.
Para a época agrícola 2020/21, foram cultivados mais de 700 hectares de terras aráveis, com um envolvimento de 256 mil famílias camponesas, distribuídas pelos 11 municípios, contra as 247 mil e 181 anteriores.
Foram disponibilizadas 31 toneladas de adubo, outras 12 de ureia e 15 toneladas de amónio, numa altura em que a região necessita de 102 mil e 103 toneladas de fertilizantes.
Tida no passado como “Rainha do Milho de Angola”, a província do Huambo, planalto central de Angola, possui uma população de dois milhões, 519 mil e 309 habitantes, na sua maioria camponeses, que dependem essencialmente da agro-pecuária.
