Icolo e Bengo - Fazendeiros da localidade de Mazozo, distrito urbano de Catete, município do Icolo e Bengo, apelaram ao governo angolano, esta sexta-feira, para que subvencione o preço da gasolina para facilitar a produção agrícola.
De acordo com os produtores é necessário que, à semelhança com o que se fez com os taxistas e pescadores artesanais, também seja igual aos agricultores e camponeses possuidores de motobombas.
"Gastamos muito dinheiro na aquisição de combustível, (um litro 300 kwanzas), insumos, insecticidas e adubos, o que torna mais caro o produto final", lamentou Vladmiro Andrade, proprietário da fazenda Andrade.
Segundo o responsável, que produz pimenta, quiabo, cebola, pepino e tomate em grande escala, numa área de 12 hectares, um quilo de insecticida pode custar mais de 400 mil kwanzas, o que torna difícil manter saudáveis as culturas.
Fez saber que, em cada hectare, por exemplo, são colhidos mais cinco toneladas apenas de tomate, pelo que, apela também para a necessidade de se ter em Luanda, uma indústria transformadora.
"Temos tido uma produção que, parte da qual, estraga-se, mas que seria mais valia se fosse transformada em massa-tomate ou sumos de cenoura ou de melancia", considerou.
Outra carência apontada, tem a ver com a falta de transportes para escoar os produtos para os mercados, tendo por isso solicitado maior interacção e menos burocracia com a banca, na atribuição de financiamentos.
A fazenda conta com 10 trabalhadores efectivos e mais de 60 eventuais que, regra geral, fazem a colheita dos produtos.
Entretanto, para mitigar as dificuldades de produção e escoamento, o administrador municipal, Nelson Funete, ofereceu motobombas, mangueiras, insumos, três motorizadas de três rodas e firmou um acordo com uma empresa que, com as suas máquinas, vai preparar os campos, quinzenalmente, à custo zero.
O município do Icolo e Bengo, um dos mais rurais da província de Luanda, controla 47 cooperativas agrícolas que, na sua maioria, clamam pela melhoria das estradas, subvenção do combustível, aquisição de sementes melhoradas, entre outras.
De acordo com o técnico do gabinete municipal da Agricultura, do Icolo e Bengo, Manuel Maria Bravo, mais de 200 mil toneladas de produtos diversos podem ser colhidos pelo conjunto de agricultores. AJQ