Lubango - Vinte e cinco Escolas de Campo Agrícolas (ECA), criadas pelo Programa de Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola (FRESAN), foram avaliadas e validadas pelo Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA), na província da Huíla, de Abril a Julho deste ano.
Trata-se de um projecto financiado pela União Europeia e co-gerido com o Camões Instito Português, cuja certificação, segundo uma nota de imprensa do FRESAN, a que ANGOP teve acesso hoje, quarta-feira, no Lubango, visa diagnosticar e verificar a sua implementação nas comunidades, nos municípios da Humpata, Quilengues, Jamba e Chicomba.
A validação das ECA, lê-se no comunicado, é um processo importante para a verificação do funcionamento das mesmas e a adopção de futuras medidas para a melhoria do trabalho dos agricultores das 17 províncias de intervenção (Huíla, Namibe e Cunene).
O processo visa comprovar algumas exigências de carácter obrigatório, como ter um campo de experimentação, um jango para encontros comunitários, registo dos membros, composição da comissão de gestão que seja funciinal, bem como reportar a produção de culturas e assegurar o fluxo na caixa de poupança.
Para validar uma ECA são analisados aspectos relacionados com a organização comunitária, a capacitação produtiva, os ciclos de produção já realizados e a dinâmica da apropriação das tecnologias e dos conhecimentos transmitidos.
A metodologia prevê que as ECA possam, através da venda de produtos agrícolas, arrecadar fundos para financiar a aquisição de materiais agrícolas, de forma a promover a sustentabilidade das mesmas.
De acordo com a nota, o FRESAN/Camões I.P. têm vindo a apoiar a criação e o funcionamento das ECA e de Escolas Agro-pecuárias (ECAP), mediante capacitação de camponeses para a aplicação de tecnologias e modelos de produção resistentes às condições climáticas.
De acordo com a comunicação, em contexto de seca recorrente no Sul de Angola, o FRESAN e parceiros criaram 144 Escolas de Campo em 17 municípios onde intervêm nas províncias do Cunene, da Huíla e do Namibe.
O objectivo é que até Agosto de 2024 seja subvencionada a implementação de 300 ECA, onde os seus membros, para além de aprenderem novas técnicas agrícolas que os permitam melhorar a produção, são apoiados com sistemas de rega, sementes, desenvolvimento de competências de gestão e formação.
A nota dá conta que, das 96 ECA a serem validadas na Huíla, as certificadas, entre elas duas na Bata-Bata (Humpata), três no Impulo (Quilengues), quatro no Dongo (Jamba) e 16 no Quê e Cutenda (Chicomba) estão a testar a produção de milho, massango, massambala, para além de soja, feijão, couve, repolho, tomate e cebola.
Nestas ECA incentiva-se ainda a introdução de culturas resilientes que façam frente aos desafios de produção agrícola na região (como batata-doce e mandioca) e durante a visita as avaliações verificou-se a criação de fundos que permitam a compra de motobombas e mangueiras de rega, de cabeças de gado para tracção e de sementes na sua generalidade.
O processo de validação, que arrancou em Abril na província da Huíla, vai estender-se até ao terceiro trimestre deste ano a outras regiões das províncias do Cunene e do Namibe.