Ganda – Dez toneladas de café arábica deverão ser colhidas na campanha agrícola 2023/2024, no município da Ganda, província de Benguela, conforme estimativa do Instituto Nacional do Café (INCA), soube esta sexta-feira a ANGOP.
Para isto, estão disponíveis mais de 850 mil mudas de café, das quais 350 foram produzidas pelo INCA e as restantes 500 mil plantas pelo sector privado, no quadro do relançamento desta cultura na Ganda.
Ao falar esta sexta-feira à imprensa, no último dia do Fórum Internacional para Investimento na Região Centro-Sul, com enfoque no Corredor do Lobito, o chefe da Estação Experimental do Café da Ganda, afecto ao INCA, Chicuala José, adiantou que o volume da colheita prevista para este ano representa uma redução de duas toneladas face ao ano passado.
Na base da queda da produção, apontou as condições climáticas adversas, sobretudo as fortes chuvas que afectaram a produtividade das plantas de café logo no início da campanha, entre os meses de Setembro e Outubro.
Mesmo assim, afiança que a Ganda está a emergir no sector do café, ao mesmo tempo que garante haver escoamento da produção dos pequenos produtores, graças ao impulso da empresa Angonabeiro, que em 2022 já havia comprado dez toneladas de café comercial.
Dada a quantidade significativa de mudas disponíveis este ano, aliada à forte adesão na aquisição das mesmas, o também engenheiro agrónomo prevê o envolvimento de mil produtores familiares, contra os pouco mais de 400 do ano passado.
Para Chicuala José, há "luz verde no fundo do túnel" para o fomento do café na Ganda, que está a ganhar autonomia na produção das mudas destinadas aos cafeicultores familiares.
“Nos anos anteriores recebíamos mudas de café de outras províncias do país (…). Hoje, produzimos a nível local”, lembrou, dando garantias de que os cafeicultores familiares terão acesso às mais de 850 mil mudas de café na presente época agrícola.
Viveiros
Igualmente dá conta da existência de dois viveiros da parte do Estado, sob gestão do INCA, sendo um localizado na comuna sede e outro na Estação Experimental do Café, no quadro do fomento da produção de mudas de café.
Já o sector privado, com oito agricultores empresariais, possui cinco viveiros, que produziram neste ano mais de 500 mil mudas de café, com o acompanhamento técnico do INCA.
De igual modo, reconhece que, a nível da Ganda, a comuna da Chicuma é o celeiro do café e cita o caso de uma empresa privada, que só em 2023 produziu cerca de 600 mil mudas e este ano mais de 500 mil.
Assistência técnica
Por outro lado, assegurou que o INCA tem vindo a prestar assistência técnica aos cafeicultores familiares, por meio de cinco técnicos admitidos recentemente no sector.
Chicuala José aproveitou ainda para dizer que a instituição assinou, há dois meses, um memorando com o Banco de Fomento Angola (BFA), para a cedência de créditos aos cafeicultores familiares na Ganda, à semelhança do que já sucede nas províncias do Cuanza-Sul e Uíge. JH
Promovido pela Câmara de Fomento Empresarial de Angola, o Fórum Internacional para Investimento na Região Centro-Sul está a discutir os desafios e oportunidades de negócios nos ramos da Agricultura, Indústria, Mineração, Transportes e Logística nas províncias de Benguela, Bié, Cuanza-Sul, Huíla, Huambo e Moxico. JH/CRB