Ndalatando – Cerca de dez mil mudas de café robusta serão distribuídas de forma gratuita aos cafeicultores locais da província do Cuanza Norte, com vista a reactivação das fazendas e alavancar o cultivo do bago vermelho nesta região, numa acção do Instituto Nacional do Café (INCA).
A iniciativa, em implementação na Estação Experimental Agrícola do Kilombo, conta com a parceria do Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial (PDAC), tendo surgido na sequência de um inquérito do INCA, em colaboração com sete das 10 administrações municipais da província, segundo a técnica desta instituição, Cesaltina Augusto.
Dados do INCA indicam que existe no Cuanza Norte perto de 250 cafeicultores, nos municípios do Quiculungo, Banga, Ngonguembo, Golungo Alto, Bolongongo, Ambaca e Samba Caju.
A técnica do INCA afirmou que a produção de café na província regista uma certa letargia e a instituição está a trabalhar para motivar os produtores, principalmente, jovens a apostar nesta cultura.
De acordo com a fonte, grande parte dos cafezais da província encontram-se subaproveitados, por falta de financiamento e das condições das vias de acesso, que dificultam o escoamento da produção.
Essa situação, referiu, está a inibir a produção e a provocar a baixa dos preços, que, normalmente, são ditados pelos compradores, alegando dificuldades de acesso e o custo com o transporte.
A título de exemplo, um kilo de café mabuba está a ser comercializado entre 300 e 500 kwanzas, contra os Kz 250 a 300 anterior.
Perante esse cenário, Cesaltina Augusto defende a criação de um local apropriado para a comercialização de café, de formas a valorizar o preço do produto, porque serão os produtores a ditar as regras e o valor de comercialização.
Acredita que este local vai incentivar a produção e a troca de experiência entre produtores.
De acordo com o INCA, Cunaza Norte produz cerca de 850 toneladas de café por cada época agrícola.
Outras questões que também preocupam os produtores são as condições de tratamento do café, para torná-lo comercial. Para isso, é necessário que se recupere as máquinas de descasque que se encontram avariadas, no município do Golungo Alto.
Na época colonial, Cuanza Norte foi um dos potenciais na produção de café, que era uma das principais fontes de receitas.
Actualmente, o núcleo local do INCA precisa de meios de transporte e mais técnicos para assistência técnica aos cafeicultores, pois a instituição conta apenas com dois profissionais no município do Cazengo e dois na Brigada do Golungo Alto.
Essa instituição possui ainda cinco brigadas, mas por falta de técnicos, funcionam apenas duas, nomeadamente Cazengo e Golungo Alto, sendo esta última contava com 22 especialistas, dos quais 20 passaram à reforma, por tempo de trabalho. IMA/QCB