Cacula - Quatrocentas famílias da comunidade SAN do município da Cacula, província da Huíla, que beneficiaram de inputs agrícolas da compnenete de inclusão produtiva do Kwenda, em 2023, prevêem colher, na presente campanha agrícola, mais de 80 mil toneladas de produtos diversos.
Considerados povos originários do sudoeste africano, os SAN, que muitas vezes de forma errada são chamados de "khoisan", são nómadas, por natureza, mas as alterações climáticas prejudicaram as suas actividades ancestrais como a caça e a recolecção de frutos silvestres. Todavia, com a ajuda de políticas públicas começaram a ensaiar, há 20 anos, a agricultura, uma prática dos bantu.
Na Huíla, este grupo, em extinção, está em comunidades residuais do Quipungo, Matala e Cacula, sendo neste último onde estão em maior número e com o apoio desta componente do Kwenda vão colher cereais, tubérculos, hortícolas e leguminosas.
Ao todo, os SAN estão a trabalhar em 100 hectares nas localidades de Tchicuakeia, Hupa, Mupanda e Katanha, , segundo fez saber o coordenador da comunidade, António Manuel.
Com o auxílio do governo, inserido na segunda componente do programa das Transferências Sociais e Monetárias, disse o regedor, foram reintegrados em áreas fixas, deixando para atrás o nomadismo.
Admitiu que o Kwenda, implementado na Cacula em 2020, melhorou a vida desse grupo minoritário, alguns dos quais estavam sob risco de morte à fome.
Por sua vez, o coordenador regional para a inclusão produtiva do Instituto de Desenvolvimento Local (FAS), Custódio Satiaca, afirmou que o programa está a reforçar a capacidade de resiliência e a protecção social, na perspectiva de mitigar os níveis de pobreza a médio prazos.
"O reforço do Programa de Fortalecimento da Protecção Social vai aumentar a capacidade aquisitiva e financeira das famílias, fornecendo apoio para a geração de renda junto da comunidade SAN, toda ela a viver em extrema pobreza" - disse.
O município da Cacula dista 89 quilómetros a norte do Lubango. JT/MS