Ndalatando - A estação experimental agrícola do Quilomba está a trabalhar na criação de um banco de germoplasma da mandioca e da batata doce, para preservar a biodiversidade e manter a variabilidade génetica para futuros trabalhos de melhoramento destas culturas.
Um banco de germoplasma é formado a partir da identificação, caracterização e da preservação de células germinativas de alguns seres vivos animais ou vegetais.
Em entrevista à ANGOP, a nova directora da estação, Maria Silvina da Cruz, esclareceu que a implantação e manutenção de um banco activo de germoplasma tem uma grande importância genética, económica e ecológica
Quando se estuda as diferentes características dos seres vivos, como cor, tamanho, comportamento, produção, condições de adaptação ao clima e resistência a doenças, deve-se conservar essas diferenças para usar, futuramente, aquelas que são mais importantes.
Segundo a engenheira, o banco terá várias variedades de batata doce e de mandioca que depois serão destribuidas aos camponeses.
Algumas províncias de Angola, como Malanje e Luanda já tem projectos do género.
O Quilombo tem uma área cultivável de 1000 hectares, onde será implementado este projecto e também outros para multiplicar algumas variedades de milho e um local para horticulturas.
Consta também dos planos da nova direcção catologar as espécies e revitalizar o turismo na estação, com algumas acções, como a reabilitação do horto-botânico, para tornar o local mais atractivo.
Disse que, actualmente, alguns cidadãos em grupo ou de forma individual continuam a visitar a estação, mas sugeriu mais investimentos para se tornar numa fonte de receitas para o estado.
Sem indicar o número de trabalhadores, Silvina Silvina da Cruz, informou que a estação carece de mais pessoal, de instrumentos de trabalho e de energia eléctrica, para o funcionamento de laboratórios e do sistema de irrigação.
O Quilombo está ligado ao estudo e preservação das plantas e da cultura agrícola do país em geral, de forma particular da província do Cuanza Norte. Encontra-se a cinco quilómetros da capital Ndalatando e é um dos pontos turísticos da província.
O lugar é considerado por muitos uma pérola escondida entre os montes, por conta da grande variedade de flores, plantas e árvores.
Anteriormente era designado por Jardim Botânico do Cazengo, em 1961, foi alterada para Centro de Estudos de Salazar (na altura nome da capital da província .
Na era colonial foi uma área de reprodução de várias espécies vegetais para o país e para exportação e era uma fonte de arrecadação de receitas para o Estado português.
Actualmente a sua acção está limitada, por carência de recursos humanos, financeiros e técnicos e por vandalização do espaço por populares.
Silvina trabalhou na área de raízes e tubérculos, na Estação Experimental Agrícola de Mazozo (Luanda). IMA/AC