Saurimo – Depois de quase décadas de inactividade na produção de culturas consideradas comerciais, a província da Lunda Sul começa a dar sinais positivos no cultivo de grãos (arroz, feijão, milho, trigo e soja), com vista a segurança alimentar das famílias do corredor Leste.
As novas culturas estão a ser cultivadas no âmbito do Plano Nacional de Produção de Grãos (Planagrão), agregando mais valores naquilo que é o aproveitamento climático e hidrológico que a província possui.
A Lunda Sul beneficiou em 2022 de 300 toneladas de sementes de cereais e mais de 400 toneladas de fertilizantes diversas.
Em declarações na terça-feira à ANGOP, o director do Gabinete Provincial Agricultura e Desenvolvimento Rural e Pescas, Nelson Senguetali, sublinhou que o objectivo é fomentar a produção de grãos na região, uma vez que os tubérculos, raízes e leguminosas são as culturas predominantes da província.
Acrescentou que, em função dos hábitos cultivares e alimentares da região, os camponeses apostam mais na produção de batata-doce, mandioca, feijão e amendoim, daí a necessidade da introdução dos grãos, de formas a diversificar as culturas e consequentemente a melhoria da dieta alimentar das famílias.
De acordo com o responsável, a Lunda Sul tem potencial e condições “dafo-climáticas” e capacidade de produção para se transformar num celeiro importante na produção nacional.
O planagrão entrará definitivamente em funcionamento no início deste ano,2023, nos quatro municípios da província (Cacolo, Dala, Muconda e Saurimo).
Quanto ao Programa de Massificação da Agricultura nas Comunidades (PMAC), fez saber que foram preparados mil e 500 hectares de terra para o cultivo de milho, feijão e soja.
A iniciativa visa incentivar as famílias a produzirem culturas de rendimento e reforçarem a cadeia de produção.
Realçou que a aposta no sector da agricultura constitui uma das grandes prioridades do Governo, visando a redução das importações, principalmente alimentos produzidos em grande escala no país.
Para facilitar a produção, o Governo local tem disponível tractores, no quadro da mecanização agrícola, que se pretende vendê-los aos agricultores.
Na Lunda Sul, o PMAC abrangeu cerca de cinco mil famílias agrupadas em associações de camponeses das 10 comunas que compõem a província.