Cunda-Dia-Baze- Cem hectares de algodão começaram a ser plantados hoje, segunda-feira, no município de Cunda-Dia-Base, no quadro da reactivação da produção algodoeira na região da Baixa de Cassanje, 43 anos após a sua suspensão.
A região da Baixa de Cassanje, que compreende os municípios de Cunda-Dia-Base, Cahombo, Quela e Marimba, já teve o estatuto de maior produtora de algodão do país e conta com 250 mil hectares disponíveis para esta cultura.
À cargo da empresa Investimentos e Participações (IEP), detentora da Textang II, a referida produção conta com o envolvimento de 100 famílias previamente treinadas para o efeito, sendo que cada vai dedicar-se ao cultivo de um hectare, numa primeira fase.
Segundo o engenheiro agrónomo da IEP, Oscar Albarracin, a colheita da primeira produção está prevista para Julho próximo e espera-se atingir 300 toneladas, que servirão para alimentar a Textang II e com isso reduzir a importação desta matéria-prima.
A IEP, empresa de direito angolano, consome, actualmente, 100 mil e 500 toneladas de fibra de algodão (correspondente à 21 mil toneladas de algodão bruto), 100 por cento importada, o que eleva os custos de produção.
Adiantou que no próximo ciclo produtivo o projecto vai abranger mais dois municípios da província, nomeadamente Quela e Cahombo, numa área de 500 hectares, a ser expandido em cada etapa.
O director do Gabinete Provincial da Agricultura, Carlos Chipoia, disse que para além da IEP, há outras empresas prestes a iniciar actividade nesta cadeia de produção, pelo que se perspectiva, dentro de dois anos, uma cobertura de 10 mil hectares, mediante a introdução de variedades melhoradas e com maior nível de produtividade.
Por sua vez, o administrador municipal de Cunda-Dia-Base, Francisco Muta-cambo, fez saber que a retoma da produção algodoeira vem dar resposta ao apelo da população local, que há muito clamava pela sua revitalização, com vista a garantir rendimento às famílias tradicionalmente ligadas ao cultivo desta cultura.
Refere-se que no âmbito do relançamento da Indústria Têxtil, o Governo angolano tem estado a incentivar investimentos privados nesse segmento no país que, na década de 70, era o quarto maior produtor de algodão no mundo, com 86 mil toneladas/ano.
Actualmente, a indústria têxtil do país conta com três grandes fábricas de tecidos, recentemente reabilitadas pelo Governo, nomeadamente a Satec (Cuanza Norte), Textang II (em Luanda) e a África Têxtil (em Benguela), que se dedicam à fiação, tecelagem e confecções.