Lobito – As futuras instalações da Estação de Desenvolvimento Agrário (EDA) do município do Lobito, província de Benguela, serão erguidas a curto prazo na povoação do Culango, com vista a aumentar a qualidade de terras aráveis e consequentemente os níveis de produção.
Este anúncio foi feito pelo administrador municipal, Evaristo Calopa Mário, quando procedia a abertura formal da campanha agrícola no município, naquela povoação, situada a 40 quilómetros do Lobito, soube hoje a Angop.
Segundo o administrador, a instituição do Estado vai ser um centro de formação e de treinamento para os agricultores e terá uma extensão agrícola experimental, onde os formandos vão aprender técnicas de correcção e melhoramento dos solos, para aumentar a produção em cada hectare de terra.
“O acto que desenvolvemos no Culango é o início de um conjunto de acções para que nos próximos anos, as feiras agrícolas mostrem bem a vossa capacidade de produção, de empenho no trabalho e no melhoramento do bem-estar das populações”, enfatizou.
Calopa Mário informou ainda que os seus técnicos já estiveram em diferentes zonas agrícolas do município, para inteirar-se sobre as preocupações dos camponeses, concluindo que será necessário aumentar as valas de irrigação e trabalhar nos diques de contenção para haver mais água disponível.
Durante o acto, foram entregues, simbolicamente, fertilizantes e sementes, assim como catanas, enxadas e charruas, a uma camada representativa das 26 cooperativas e uma associação, de um universo de 12 mil e 45 camponeses.
Sobre as expectativas de produção para este ano, a directora da Repartição da Agricultura, Pecuária e Pescas, Maria de Fátima, disse que se espera atingir acima de 30 toneladas de feijão, 60 de milho e 20 de hortícolas diversas, sendo uma produção muito maior em relação a do ano passado, fortemente afectada pela estiagem, apesar de não ter disponibilizado dados sobre ela.
De acordo com a directora, dos quatro mil, 788 hectares de terras disponíveis, apenas 40 por cento são utilizados para a agricultura, enquanto que os 60 são para pecuária.
Porém, pontou alguns constrangimentos relacionados com o único técnico do sector que acompanha a preparação dos terrenos até a altura da colheita, e fornece informações sobre procedimentos a tomar em relação as pragas de insectos.
“O técnico acompanha em média 250 camponeses e precisa de pelo menos uma motorizada para chegar a lugares onde os carros não chegam, devido ao difícil acesso”, lamentou a directora.
Esta e outras situações, serão contornadas com a implementação do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), no âmbito do forte investimento que se projecta para o sector, anunciado pelo administrador municipal.
As potencialidades agrícolas do município do Lobito encontram-se, principalmente, nas comunas da Canjala e Egipto Praia, bem como nas povoações do Culando e Hanha do norte, onde cultiva-se milho, feijão, banana, mandioca, batata doce e hortícolas diversos.