Lobito – Cerca de quatrocentas toneladas de produtos diversos é a quantidade estimada para a colheita na campanha agrícola 2022/2023, no município da Catumbela, província de Benguela, soube a ANGOP, esta quarta-feira.
O director municipal da Agricultura, Pecuária e Pescas, Dário Amaral, prestou esta informação, à margem do acto oficial da abertura da campanha, lembrando que, no ano passado, foram colhidas pouco acima das 280 toneladas.
“A razão do aumento da produção reside no facto da recepção de maior quantidade de fertilizantes, sendo 150 toneladas de NPK 12/24/12, 30 de sulfato de amónio e 16 de Ureia”, explicou.
Por sua vez, o director do perímetro agrário da Catumbela, afirmou que foram preparados 150 hectares, que vão abranger cerca de seis mil famílias.
Informou ainda que a adesão dos camponeses às cooperativas e associações tem vindo a crescer, devido aos benefícios que recebem da Administração Municipal, nomeadamente a subvenção dos insumos agrícolas.
No perímetro agrário da Catumbela produz-se maioritariamente milho, batata doce, hortaliças, mandioca, banana e feijão.
Na sua mensagem, a presidente da cooperativa Issossi, onde decorreu o acto, falou sobre a capacidade de produção e particularizou a recepção de um tractor, a crédito, que tem estado a pagar a prestações.
Porém, MAria Ivone salientou a falta de alguns componentes do tractor, como a charrua, motobombas para o regadio e a dificuldade na aquisição dos fertilizantes.
Já a administradora municipal da Catumbela, Kátia Teixeira, referiu-se sobre a responsabilidade do Governo, no que toca a facilitação para o acesso das famílias aos fertilizantes, sementes e outros instrumentos de trabalho, com vista ao aumento da produção.
Segundo ela, as autoridades governamentais estão a trabalhar numa transição gradual, para a preparação mecânica das terras de cultivo e a viabilização dos circuitos de comercialização dos produtos do campo.
“O nosso objectivo é ter uma maior fracção de terras cultivadas, elevar a produção por hectare e fazer da agricultura um aliado de peso do processo de diversificação da economia nacional”, realçou.
Kátia Teixeira reconheceu, no entanto, que “a produção ainda não é satisfatória devido a limitações impostas pelo preço dos fertilizantes no mercado, a falta de água para irrigação de certas parcelas e o difícil acesso aos créditos agrícolas”, mas manifestou a disposição do governo local em trabalhar para ultrapassar estas barreiras e proteger a agricultura familiar.
No fim da cerimónia, a administradora, além da entrega de inputs agrícolas, fez o lançamento simbólico de sementes à terra, com ajuda da respectiva máquina sementeira.
A cintura verde da Catumbela tem três mil e 317 hectares de terra arável e não depende das quedas pluviométricas porque tem o rio Catumbela como fonte hídrica.
Neste âmbito, o Açude, construído na época da produção de cana-de-açúcar, tem dado um valioso contributo na produção agrícola, mas precisa de melhorias no canal de transporte da água para que haja fluidez hídrica para irrigação do perímetro.