Icolo e Bengo - Seis hectares de tomate estão destruídos na Fazenda Andrade, localidade de Mazozo, município do Icolo e Bengo, por causa de uma praga que afectou e impediu o desenvolvimento da planta, soube esta terça-feira a ANGOP.
De acordo com Anatovana Andrade, representante da Fazenda, os camponeses são incapazes de eliminar ou afugentar a "Tuta de tomate", mosca que infecta e devasta a plantação pós, um kilograma de incetecida para esse fim, custa mais de 400 mil kwanzas.
"Com este preço, eu que cultivo em mais de 12 hectares, jamais terei capacidade para suportar os custos, isso sem falar da necessidade de insumos, fertilizantes, adubos entre outros", lamentou.
Para si, os propósitos do Estado angolano, de tornar a agricultura do país robusta, deve necessariamente passar pelo apoio aos camponeses, quer sejam pequenos, grandes e mesmo a agricultura familiar.
Para minimizar a perda causada por esse insecto, explicou, estão a cultivar outras culturas como o pepino, alface, cebola e a couve, de que esperam colher várias toneladas.
"Pedimos encarecidamente aos órgãos de tutela, a fim de efectuarem estudos profundos sobre esses bichos, outras formas mais económicas de os combater e abertura de escolas de campo, para a melhor prática da agricultura", apelou.
Segundo a presidente da cooperativa Kissembe, Tereza Trindade, constituida em 2006, com 273 associados e 225 hectares, apesar de terem terras aráveis, a falta de apoio do Estado faz com que produzam em pequena escala e à manual.
A anciã solicita máquinas para desmatação e para lavoura, assim como a melhoria das vias de acesso aos campos, visando facilitar o processo.
Durante um encontro com o director do gabinete municipal da Agricultura, Salomão Manuel Cahumba, os agricultores e fazendeiros clamaram pela necessidade da subvenção do combustível, apoios em insumos, incetecidas, sementes, adubos, fertilizantes e máquinas para capina e lavrar a terra.
"As motobombas que usamos para a irrigação, consomem gasolina daí a necessidade de, tal como os taxistas, abrangirmos também na sua subvenção, porque tem sido muito onerosa a produção", apelaram.
Por exemplo, o aluguer de um tractor, para lavrar um hectare, custa 70 mil kwanzas, um valor considerado alto, sobretudo porque cada cooperativa tem entre 12 a mais de 200 hectares.
Outra preocupação apresentada tem a ver com a necessidade da legalização das terras, sem a qual são impedidos de solicitar créditos bancários e a falta de veículos para transportar os produtos aos mercados.
Entretanto, em entrevista à ANGOP, Salomão Manuel Cahumba, promete exercer advocacia às instituições afins, no sentido de encontrarem soluções que satisfaçam os produtores.
O responsável lamenta as quotas de insumos e ou sementes e fertilizantes disponibilizados para o Icolo e Bengo, considerados irrisórios para um município que é 80 por cento rural.
"Temos que fazer entender as nossas instituições que o Icolo e Bengo não pode ser comparado, por exemplo ao município do Cazenga ou Luanda, em termos de produção agrícola", disse.
A campanha agrícola 2023/2024 arranca no dia 31 do corrente, no município de Cacuaco.
O gabinete municipal da Agricultura no Icolo e Bengo controla um total de 47 cooperativas, congregando 3.100 camponeses.
Em 2022, o município colheu mais 80 mil toneladas de hortícolas diversas, estando previsto para o corrente ano, uma cifra de mais de 100 mil toneladas. AJQ
