Benguela - A Associação do Agronegócio e Empreendedorismo (SEIVA) exortou hoje, sexta-feira, na província de Benguela, os produtores agrícolas a apostarem na criação de cooperativas, pois apresentam-se melhor organizadas e proporcionam maior rentabilidade.
Essa posição foi apresentada por José Wanassi, representante da SEIVA, quando se pronunciava numa mesa redonda sobre "Os cenários da agricultura familiar e os desafios do sector agro-industrial", na 11ª edição da Feira Internacional de Benguela, que decorre no Estádio Nacional de Ombaka, arredores da cidade de Benguela.
“Com uma estrutura organizada e transferência de conhecimento, é possível as famílias produzirem com qualidade e em volume, para mais facilmente venderem os seus produtos a uma loja ou a uma fábrica”, frisou.
José Maria Wanassi lembrou ainda que na agricultura não se pode agir sozinho, pelo facto de existirem vários elementos que estão interligados, como o produtor, o comprador, o transportador para escoamento das mercadorias, e cada um contribui para a comida chegar à mesa dos angolanos.
com objectivo de medir o seu impacto nas famílias e a dinamização da actividade produtiva.
A mesa redonda foi uma iniciativa do Instituto Nacional de Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), em parceria com a Associação do Agronegócio e Empreendedorismo (SEIVA) e o Grupo Carrinho, com objectivo de aferir o impacto da agriculltura familiar e dinamização da actividade produtiva.
Por sua vez, o representante do Grupo Carrinho, David Maciel, explicou que neste momento a empresa assiste cerca de 400 famílias em seis províncias para o fomento da produção agrícola, com acompanhamento directo dos seus técnicos.
“As famílias têm um contrato de produção, assistência técnica e recebem insumos antes de produzir, comprometendo-se a pagar com a sua produção”, explicou.
Já o Presidente do Conselho de Administração do INAPEM, João N’Kossi, afirmou que a sua instituição tem estado cada vez mais próxima das pequenas e médias empresas, prestando vários serviços no domínio do financiamento, com base no Programa de Acesso ao Crédito (PAC).
Destacou os serviços de formalização da actividade económica informal, uma das condições para acesso ao financiamento, e o serviço de assistência técnica, que conta com um departamento que tem a responsabilidade de apoiar directamente os operadores.
“Estamos a apoiar em todas as províncias, aqueles operadores que querem se candidatar ao acesso a micro-creditos”, revelou o PCA.
Segundo João N’Kossi, na província de Benguela, além da agricultura, o crédito recai também para o sector do turismo.
“Muitos empresários deste sector reclamavam sobre a falta de apoio, mas o PAC trouxe a possibilidade de muitos actores conseguirem o micro-credito”, alertou.
Fez saber ainda que a sua instituição vai levar alguns projectos para serem submetidos à consideração do Ministério da Economia, para que sejam canalizados ao Banco Angolano de Desenvolvimento (BAD) e conseguir os primeiros financiamentos.
Questionado sobre a burocracia no acesso ao crédito, disse que o INAPEM tem um departamento que acompanha os processos junto dos bancos, para saber sobre as questões pendentes e quais os modelos que simplificam os serviços de apoio.