Ondjiva - Trinta e seis escolas de campo agrárias (ECA) foram constituídas entre 2021 a 2023, nos municípios Cahama, Cuvelai, Ombadja e Curoca, província do Cunene, no âmbito do Projecto de Reforço da Resiliência dos Agricultores Familiares (SREP).
O projecto, com duração de seis anos, prevê beneficiar um milhão de pessoas e cuja incidência recai para as províncias do Bengo, Uíge, Zaire, Cuanza-Norte, Cunene e Benguela.
O programa do Governo de Angola é co-financiado pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrário (FIDA) e o Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico de África (BADEA).
A informação foi prestada na sexta-feira, à ANGOP, pelo director do Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA) no Cunene, Américo Paciente, referindo que o projecto permitiu a criação de 96 grupos de agricultores familiares, destes 36 processos evoluíram a ECA.
Argumentou que a implementação da metodologia de escolas de campo são formados por grupos que variam entre 25 a 30 famílias, com uma parcela de terra de 2.500 metros quadrados para áreas de aprendizagem.
Disse que a intenção é instruir os camponeses sobre as boas práticas de cultivo, com objectivo de replicar os conteúdos nas comunidades, visando o aumento dos índices de rendimento, produtividade e fortalecer as condições económicas das famílias.
Segundo o responsável, o SREP visa apoiar a diversificação da economia nacional, através de intervenção que fortaleça a transformação rural e agrícola, baseando-se em experiências anteriores e em curso, executadas com a colaboração do FIDA.
Nesta senda, realçou que a incidência vai para o reforço, expansão e intervenção direccionadas para mitigação dos efeitos da seca ou inundações, criando capacidades de resiliência às alterações climáticas.
O também engenheiro agrónomo disse que as famílias são instruídas em matérias técnicas ligadas ao ciclo produtivo, desde a preparação de solos, sementeira, compasso, amanhos culturais, intervalo de produção, combate às pragas até as colheitas.
Apontou ainda o treinamento das famílias sobre a criação de animais, devido potencial pecuário detido pelos criadores tradicionais, entre outras abordagens transversais como nutrição, HIV/Sida, malária e outros.
Entretanto, referiu que o programa conta com 32 extensionistas formados, quatro viaturas e 24 motorizadas para o reforço da mobilidade dos técnicos no terreno.
Actualmente, explicou que a província aguarda pelo fundo de reforço, onde cada escola irá beneficiar de 417 mil, dos 15 milhões de kwanzas a serem atribuídos à província.
Salientou a importância do fundo de reforço que vai possibilitar a aquisição de meios de trabalhos, insumos agrícolas e resolver o espírito de entreajuda das famílias.
Adiantou que, com a implementação do SREP, estão previstas intervenções em estradas terciárias, sistemas de rega, mercados rurais, treinamento em extensão, assistência técnica e concessão de subsídios aos subprojectos de produção agrícola e animal.
Inclui ainda o treinamento de formadores das escolas de campo e apoio ao Instituto de Desenvolvimento Agrário, construção e reabilitação de escritórios, fornecimento de meios de transporte e meios de trabalho.FI/LHE/AC