Lubango - A arquidiocese do Lubango reincidiu o contrato com a organização “Casa Fácil”, com a qual estava a executar o projecto agro-pecuário arquidiocesano no município do Cuvango, província da Huíla, devido a suspeitas de burla do seu parceiro.
A Igreja justifica a decisão pela suspeita da “Casa Fácil” ter burlado mais de duas mil e 700 pessoas, com promessas de emprego no projecto.
O caso despoletou em Maio do ano em curso, com a detenção de um cidadão de 51 anos de idade, ligado à gestão do projecto agrícola da instituição religiosa, no município do Cuvango, pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), por suposta prática do crime de burla e abuso de confiança.
O suspeito, que a data dos factos era o responsável da empresa, deu estágio aos contratados, a quem cobrou 35 mil kz cada um, num montante global de perto de 15 milhões, com a promessa de virem a ser contratados.
Os estagiários ficaram seis meses num estágio na fazenda do projecto, em condições degradantes e alguns até contraíram doenças. A produção seria destinada ao reforço da dieta alimentar das famílias em situação de vulnerabilidade, bem como minimizar a fome no país, criando postos de trabalho, promovendo a inclusão social das comunidades e melhorando as condições de vida dos envolvidos.
Em declarações à Rádio Mais/Huíla, sobre os projectos da igreja virados para o combate à fome, nas zonas mais críticas da região, o arcebispo do Lubango, Dom Gabriel Mbilingi, fez saber que o caso está a seguir os seus trâmites legais e qualquer momento pode passar para o fase de julgado.
“Rescindimos o contrato com a empresa e seja qual for o resultado da justiça, não há retorno, porque toda a nossa expectativa, a nossa esperança e as dessas pessoas foi por água abaixo por causa, provavelmente, da ganância e da má fé de algumas pessoas, mas é o Tribunal que vai decidir sobre como é que vai se fazer e eu acho que vai empresa vai indemnizar as vítimas”, afirmou.
O prelado católico referiu que o projecto previa ajudar cinco mil jovens, para os capacitar em diversas áreas de empregos como decorre também da própria agropecuária e havia uma quota estipulada para os jovens pagarem, tanto para as inscrições, como para a sua capacitação e a empresa Casa Fácil tinha sido eleita como parceira.
O projecto implementado numa área de 17 mil 725 hectares, nas margens do Rio Cuvango, contempla a plantação de fruteiras lançadas à terra em Agosto de 2021, uma acção social que previa cultivar, até 2023, um milhão de plantas no município do Cuvango, província da Huíla.