Mbanza Kongo – O docente universitário angolano, Flaviano Capita, afirmou, esta sexta-feira, em Mbanza Kongo, que as queimadas anárquicas são alguns dos factores que inviabilizam as boas práticas agrícolas e o subsequente desenvolvimento das cadeias de valor na província do Zaire.
Em declarações à ANGOP, o facilitador do programa Agro Prodesi, sustentou que esta prática ancestral enraizada na cultura da população local corrói os ecossistemas e torna os solos improdutivos, facto que pode comprometer as futuras gerações.
O académico orientou uma formação sobre “inovação, extensão rural e boas práticas agrícolas”, dirigida a representantes de 50 cooperativas locais abrangidas no programa Agro Prodesi.
Considerou, também, a ausência de uma planificação como outro indicador que impacta a produtividade agrícola no Zaire, para quem este elemento é a primeira etapa e a mais importante de todo o processo produtivo.
“A morte de qualquer negócio é iminente, na falta de uma adequada planificação”, asseverou, salientando que os agricultores locais continuam a fazer a planificação da cadeia produtiva de forma arcaica, sem base científica.
O desconhecimento do cálculo de custos foi igualmente apontado como empecilho na materialização das boas práticas produtivas, uma deficiência, segundo disse, que resulta em perdas anuais enormes, dada a ausência de uma estrutura que permite prever o preço e a margem de lucros.
Informou que estes e outros assuntos foram abordados na formação, de modo a ajudar os produtores a melhorar as suas técnicas de produção, gestão e comercialização e, consequentemente, a transição da agricultura de subsistência para uma actividade de mercado.
A formação teve a duração de cinco dias e beneficiou produtores envolvidos na cadeia de valor da mandioca, banana e de citrinos (laranjas), cujo acto de encerramento foi orientado pela representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em Angola, Gherda Barreto.
O Agro-Prodesi é uma iniciativa desenvolvida pelo Ministério da Economia e Planeamento (MEP) em parceria com a FAO.
O programa tem por principal objectivo promover a concertação económica com a participação da academia para o desenvolvimento do agro negócio e da inovação tecnológica nas cadeias de valor priorizadas.