Lisboa (Dos enviados especiais) - A Conferência dos Oceanos, a ter lugar de 27 de Junho a 1 de Julho, em Lisboa, Portugal, vai discutir questões ligadas ao salvamento dos Oceanos.
No evento, Angola vai apresentar os resultados obtidos no domínio dos Oceanos Mundiais, desde a primeira Conferência, realizada em Junho de 2017, em Nova Iorque, Estados Unidos da América, de acordo com Catarina Dias, chefe da equipa técnica do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente para as questões do ecossistemas marinhos,
O evento internacional vai decorrer sob o lema “Salvar os oceanos, preservar o futuro".
A maior área dos oceanos cobre 70 por cento da superfície e está ameaçada pelas alterações climáticas, pela poluição, pela extração excessiva de recursos naturais e suas consequências em cadeia, segundo dados oficiais.
E os seus impactos afectam já dois terços dos oceanos, com consequências para a biodiversidade marinha e a vida em terra.
O mega evento tem como meta prioritária pôr em marcha as medidas para alcançar o 14.º Objectivo de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS14), dedicado à preservação dos mares e dos recursos marinhos, e articulá-lo com as restantes intenções da Agenda 2030 da ONU.
Em Lisboa, são esperados representantes dos 193 Estados membros das Nações Unidas (35 países já confirmaram enviar representantes de alto nível) e cerca de mil entidades da esfera política, de organizações não-governamentais, entidades financeiras e empresariais, da comunidade científica e da sociedade civil.
Saúde do planeta
"Não há planeta sem oceanos saudáveis”, lembrou o embaixador da ONU para os Oceanos, Peter Thomson, num vídeo de promoção do evento, publicado sexta-feira passada.
Os oceanos absorvem 90 por cento do excesso de calor e à escala global já aqueceram 0,76 graus centígrados, o que é uma quantidade de energia gigantesca.
A estes problemas acrescem muitos outros, entre os quais a acidificação e a desoxigenação, que estão a matar os corais e a afectar milhares de espécies marinhas. Pelo menos 10 por cento dos grandes predadores dos mares, como os tubarões, os atuns e as baleias, já desapareceram.
O combate à poluição marinha, gestão, protecção, conservação e restauro de ecossistemas marinhos e costeiros, a minimização da acidificação, da desoxigenação e do aquecimento dos oceanos, a promoção de uma pesca sustentável são alguns dos objectivos a alcançar pelas Nações Unidas.
Fazem igualmente parte o conhecimento científico e o desenvolvimento de investigação tecnológica marinha, a aplicação efectiva da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e a promoção de economias sustentáveis baseadas nos oceanos .
A primeira Conferência dos Oceanos da ONU teve lugar há cinco anos, em Nova Iorque, mas só em 2021, na 26.ª Conferência do Clima (COP 26), em Glasgow, Escócia, se conseguiu introduzir o oceano no articulado da declaração final, o que representou um avanço em relação ao Acordo de Paris.
O plenário da conferência decorrerá diariamente no Altice Arena e contará com oito diálogos interactivos ao longo da semana.
À margem das sessões plenárias e desses diálogos, o programa da conferência conta ainda com centenas de eventos paralelos, entre os quais quatro especiais.
Dentre eles constam o evento de alto nível sobre Governação ao nível Local, Fórum da Juventude e da Inovação, Simpósio de Alto Nível e o Fórum sobre Economia Azul Sustentável.
